Um policial militar se assustou com um cachorro e disparou contra o animal, que morreu, nesta quinta-feira (9). O caso aconteceu na região administrativa do Distrito Federal, enquanto a PM procurava por um suspeito de tráfico de drogas.
Após a polícia se identificar, a moradora da residência negou a entrada, o que causou uma confusão. Com isso, o cachorro da raça American Bully ficou agitado e um dos policiais realizou o disparo contra a cabeça do animal.
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De acordo com a PM, os policiais estavam realizando um patrulhamento na região quando viram um homem jogar as drogas que portava dentro de uma casa. Ao tentar apreender os entorpecentes, o policial invadiu a propriedade, mas foi atacado pelo cão, reagindo com disparo de arma de fogo.
No entanto, nenhuma droga foi encontrada. Maria Edilene da Silva, dona de Bradock, o cachorro falecido, contou ao portal G1 que os policiais queriam entrar em sua residência para procurar um possível suspeito.
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"Ele veio pela cozinha. Na hora que saiu e viu o cachorro, foi dizendo que era 'perigo, era perigo' e eu falando que ele era dócil. O cachorro não correu, não latiu, não avançou nele", diz Maria Edilene.
Bradock morreu na hora. Depois do disparo, a Polícia Militar se retirou do local e, ao retornar para buscar o bicho, a tutora negou que eles entrassem na casa novamente.
A família responsável por Bradock alega que a versão dos policiais sobre que o cão tenha avançado e que um suspeito por tráfico de drogas tenha fugido devido ao ataque é mentirosa. A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga o caso.
"A gente colocou um cadeado no portão falando para ninguém entrar. E eles queriam entrar de qualquer jeito e a gente não deixou eles entrarem até a perícia vir", conclui Maria.
O corpo de Bradock será levado ao Instituto de Patologia da Universidade de Brasília (UnB). Ana Paula Vasconcelos, vice-presidente da Comissão de Defesa dos Animais da OAB-DF, afirma que o policial que foi supostamente atacado precisa realizar exames no Instituto Médico Legal (IML) para comprovar sua versão.
"É necessário, inclusive, para esclarecimento dos fatos e defesa do próprio policial, que seja feito exame de corpo de delito, porque se o cachorro atacou, se o cachorro mordeu, tem que ter vestígio. Então isso no inquérito policial é muito importante", diz Vasconcelos
Veja a nota publicada pela Polícia Militar do Distrito Federal:
"Um policial militar foi atacado por um cão de grande porte durante uma ocorrência de tráfico de drogas nesta quinta-feira (9) por volta das 10h na Vila Cauhy, Núcleo Bandeirante. Para se defender, o policial desferiu um único disparo e alvejou o cão.
A equipe realizava o patrulhamento quando avistou um homem, que ao perceber a aproximação dos policiais, jogou uma porção de drogas dentro de um lote.
Com o objetivo de apreender a droga, um militar adentrou o lote e neste momento foi atacado pelo referido cão. Após o disparo, moradores da região avançaram contra os policiais com o objetivo de libertar o suspeito de tráfico. Foi necessário o apoio de outras Unidades Especializadas da PMDF para conter os ânimos exaltados.
Durante o tumulto, o suspeito conseguiu fugir e ainda não foi localizado. Sete homens e uma mulher foram presos por facilitar a fuga do detido, desacato e desobediência, sendo conduzidos à 21ª Delegacia de Polícia."