A juíza Kismara Brustolin, que exigiu aos gritos que um trabalhador falasse "O que a senhora deseja, Excelência?" e ainda o ofendeu (— Bocudo!), pediu afastamento por saúde ao Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região.
O afastamento é pelo período de 15 dias e vale para todas as suas atividades. Agora Kismara Brustolin vai passar por perícia para avaliar seu pedido de licença.
A juíza tem histórico de afastamentos para tratamento de problemas de saúde mental. Na útima perícia foi julgada apta e voltou ao trabalho recentemente.
Ela havia sido afastada das audiências públicas, desde que o caso da "Excelência" vazou e viralizou na internet, dia 28, mas ainda podia trabalhar nos processos que estavam pendentes. Com o pedido de licença não mais.
Esse tipo de alegação de problemas mentais, ou por estar tomando medicamentos tarja preta, é relativamente comum, geralmente nos casos em que as pessoas são flagradas cometendo racismo ou preconceito.
Entenda o caso
Registro de uma audiência trabalhista. A juíza Kismara Brustolin, juíza substituta da Vara Trabalhista de Xanxerê, SC, se volta para a testemunha e exige que se dirija a ela nos termos:
— O que a senhora deseja, Excelência?
— Eu não sou obrigado, desculpa.
Ela ameaça:
— O senhor não é obrigado, mas se não fizer assim seu depoimento termina aqui e será totalmente desconsiderado.
Depois ainda o ofende:
— Bocudo!
A OAB Santa Catarina, por meio de sua presidente Cláudia Prudêncio, solicitou, por meio de ofício, ao presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (TRT-12), desembargador do Trabalho José Ernesto Manzi e ao Corregedor-Regional do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região, Desembargador do Trabalho, Nivaldo Stankiewicz, providências.
“A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional de Santa Catarina, por sua Presidente, vem por meio deste, solicitar apoio em razão de um lamentável ocorrido. Durante a audiência de instrução por videoconferência realizada no dia 14 de novembro deste ano, às 15h, na Vara de Trabalho de Xanxerê, a Juíza Substituta Kismara Brustolin apresentou atitudes e comportamentos agressivos para com os advogados, partes e testemunhas.
Por este motivo, solicitamos providências urgentes no sentido de apurar com rigor o ocorrido para que esse tipo de comportamento não volte a se repetir.”
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