Uma policial militar do setor de Inteligência da Corregedoria da corporação, que monitorava e investigava PMs ligados à milícia mais perigosa do Rio de Janeiro, foi assassinada ontem à noite em Santa Cruz, na Zona Oeste da capital fluminenses, no momento em que saía de casa para ir à academia. A organização monitorada por ela, chefiada pelo miliciano Zinho, atua na mesma região onde a agente morava.
De acordo com as primeiras informações apuradas pelas autoridades, no momento em que fechava o portão de casa, após retirar seu carro, um outro veículo chegou ao local, de onde desceram alguns homens encapuzados portando fuzis. Eles abriram fogo contra a PM, atingindo-a diversas vezes, sem que ela tivesse tempo de esboçar qualquer reação.
Vaneza Lobo, de 31 anos, estava na PM do Rio desde 2013 e era lotada na 8ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM), um órgão incumbido essencialmente de investigar as milícias e narcomilícias que atuam na Cidade Maravilhosa e em sua Região Metropolitana.
Promovida a cabo recentemente, num curso em que ficou em primeiro lugar, Vaneza tinha sido condecorada também há pouco tempo com a medalha “Lealdade e constância”. Com a morte dela, sobe para 52 o número de agentes de segurança pública assassinados no Rio de Janeiro só este ano, contanto servidores da PM, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e Guarda Municipal.
“Estamos devastados. Estava em casa quando soube da notícia, não acreditei. Minha irmã sempre foi muito tranquila, idônea. Nunca soube de ameaças, ou se ela tinha inimigos. A gente tinha receio pela profissão que ela exercia, mas nunca imaginei que ela poderia ser vítima de uma tragédia... Ela não comentava de investigações ou rotina de trabalho conosco. Era policial lá dentro. Aqui fora, era a nossa Vaneza. Gostava de jogar bola e sempre foi muito ligada à família. Dedicada até demais”, disse Andreza Lobo, irmã mais velha de Vaneza, à reportagem do diário O Globo.
Nas primeiras horas da madrugada deste sábado, equipes do 27° BPM fizeram incursões em toda a região de Santa Cruz para tentar localizar os autores do assassinato. Eles prenderam um suspeito, no chamado loteamento Madean, que estava com uma pistola automática 9mm.