Quem não se lembra daqueles verões no Brasil em que o dia, muitas vezes, terminava após às 20h? Amado por muitos e odiado por tantos outros, o horário de verão foi extinto em 2019 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e, agora, há uma possibilidade da prática ser adotada novamente.
A primeira vez em o horário de verão apareceu nos calendários e relógios brasileiros foi em 1931, durante o primeiro governo de Getúlio Vargas. Em 2008, o então presidente Lula regulamentou o horário de verão, determinando que começasse sempre à meia noite do terceiro domingo de outubro, quando se adianta uma hora no relógio. Seu final ficava marcado para o terceiro domingo do mês de fevereiro seguinte, quando os relógios eram atrasados em uma hora.
O horário de verão tinha como principal objetivo preservar o sistema elétrico no horário da noite, ao adiantar o relógio em uma hora, fazendo “o dia escurecer mais tarde”.
Em novembro de 2022, logo após vencer as eleições, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a fazer uma enquete em seu perfil no X (antigo Twitter) sobre o assunto: 66,2% das pessoas responderam que sim, querem a volta do horário de verão. 33,8% responderam que não.
Ao longo de 2023, técnicos do Ministério de Minas e Energia realizaram estudos e afirmaram que não há necessidade de se retomar o horário de verão este ano. Isso porque, segundo a pasta, o Brasil está em boas condições de suprimento energético e o planejamento seguro implantado desde os primeiros meses do governo garante essa condição.
“O horário de verão só acontecerá se houver sinais e evidências de uma necessidade de segurança de suprimento do setor elétrico brasileiro. Por enquanto, não há sinal nenhum nesse sentido. Estamos com os reservatórios no melhor momento dos últimos 10 anos”, diz comunicado da pasta divulgado em outubro.
Volta do horário de verão não está descartada
Uma declaração do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, feita em entrevista à GloboNews nesta sexta-feira (17), entretanto, traz esperanças para os amantes do horário de verão.
Silveira revelou que vem fazendo o debate junto ao governo e que defende a retomada da medida levando em consideração não apenas a economia de energia elétrica, mas o fomento a atividades econômicas.
"Eu vejo a discussão sem nenhum tabu. Eu defendo isso no governo, o horário de verão deve ser desatrelado da questão exclusivamente energética. O horário de verão tem outras repercussões", disse o ministro.
"Há um impulso econômico em alguns setores. Então, eu tenho defendido junto ao MDIC, à Economia, que a gente possa olhar o horário de verão de uma forma mais holística, mais ampla. É importante para o Brasil, mesmo que nós tenhamos um momento de segurança energética como hoje, quando ela impactar positivamente a economia (...) Tenho feito reiteradas reuniões afim de que, mesmo não tendo necessidade energética, se avalie no governo a possibilidade de estimular a economia com a possibilidade do horário de verão", declarou ainda.
A retomada do horário de verão vem sendo defendida pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), que recentemente enviou uma carta a Lula pleiteando a medida e apontando alta de 10% a 15% no faturamento dos bares e restaurantes.