Após a vitória do escritor, ambientalista e filósofo Ailton Krenak na eleição que definia o próxima candidato a ocupar a cadeira número 5 da Academia Brasileira de Letras (ABL), Daniel Munduruku, concorrente de Ailton, reconheceu a importância de sua presença na instituição literária.
Daniel Munduruku chegou a ficar chateado por conta de competir diretamente com outro participante indígena e mencionou um acordo entre ele e Ailton Krenak, onde ambos estabeleciam que não iriam concorrer ao mesmo pleito.
Te podría interesar
O ativista falou sobre a situação como uma "traição" e sentiu que o colega "puxou seu tapete" frente à eleição que possuía apenas os dois como representantes indígenas para assumir a vaga da ABL.
No entanto, o escritor reconheceu neste domingo (8), através de suas redes sociais, a conquista e o significado da representação que Ailton Krenak tem, fazendo parte da instituição.
Te podría interesar
"Resultado apurado saiu vencedor Ailton Krenak a quem ofereço minha salva de palmas. Todos saímos vitoriosos.Gratidão pelos apoios que tive. Saio de coração leve, livre e livro. Sim, muitos livros livres das amarras acadêmicas. Seguimos!", publicou Daniel.
Segundo Daniel, Ailton Krenak contou a ele que não possuía interesse em se inscrever como candidato à ABL, porém, após incentivo de terceiros, resolveu efetuar a candidatura, da qual saiu vitorioso.
Krenak foi eleito por 23 votos. Ele é autor de obras como "Ideias para adiar o fim do mundo", "A vida não é útil" e "O amanhã não está à venda". Ele também fundou a ONG Núcleo de Cultura Indígena, que promove os costumes dos povos originários brasileiros.
"O Krenak é um poeta. É uma visão de mundo muito apropriada para este momento em que o mundo está preocupado com o meio ambiente, com a mudança climática, que os povos originários lutam pelos seus direitos", diz o presidente da ABL, Merval Pereira.