GOIÁS

Exploração: 53 trabalhadores são resgatados de situação análoga à escravidão

Responsáveis pela captação dos operários recebiam R$ 43,00 mensais por trabalhador aliciado

Auditores fiscais.Créditos: Auditoria Fiscal do Trabalho
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Uma operação do Ministério do Trabalho e Emprego resgatou 53 cortadores de cana-de-açúcar em condições de trabalho análogas à escravidão no município de Inhumas, em Goiás. Os trabalhadores foram resgatados pela Operação Cana Queimada.

De acordo com o órgão, que agiu em conjunto com o Ministério Público do Trabalho, Ministério Público Federal e a Polícia Rodoviária Federal, as vítimas foram recrutadas por “gatos”, como são chamados os aliciadores de mão de obra escrava, no Maranhão, Piauí e Bahia, que ganhavam R$ 43,00 mensalmente por cada trabalhador.

Os trabalhadores eram obrigados a alugar alguma moradia no município para que apresentassem comprovante de residência à empresa, que ficava isenta de oferecer alojamento e alimentação. Os locais não apresentavam camas e alguns nem mesmo colchão, obrigando os trabalhadores a dormir no chão forrado por apenas um cobertor. 

Já no serviço, não havia banheiros e os trabalhadores tinham que fazer suas necessidades fisiológicas no meio dos canaviais. Além disso, não era permitido fazer pausa durante o trabalho, nem mesmo para almoçar. Os cortadores também recebiam equipamentos de proteção individual danificados.

Multa

A equipe de fiscalização determinou a rescisão do contrato por parte da empresa e o pagamento de verbas rescisórias no valor de R$ 950 mil. Com a negativa de quitar as dívidas, o Ministério Público do Trabalho acionou judicialmente os empregadores, que serão cobrados através da Justiça do Trabalho, com acréscimo dos valores por dano moral coletivo e individual. 

A empresa também será autuada por todas as infrações constatadas e poderá ter seu nome adicionados na “Lista Suja” do Trabalho Escravo. Além disso, os responsáveis podem responder criminalmente, por promover “redução à condição análoga à de escravo”, crime cuja pena pode chegar a até oito anos de prisão e multa.

Já os 53 trabalhadores foram cadastrados para o recebimento de três parcelas do seguro-desemprego cada um, no valor de um salário mínimo. 

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