Divisor de opiniões, o horário de verão pode não voltar este ano. Criada em 1931 e extinta em 2019, a medida visava, entre os meses de outubro e fevereiro, economizar energia durante os horários de pico, entre 18h e 20h. O presidente Lula (PT) até chegou a insinuar a volta do horário em 2023, mas especialistas apontam que não há mais necessidade.
O horário de verão tinha como principal objetivo preservar o sistema elétrico no horário da noite, ao adiantar o relógio em uma hora, fazendo “o dia escurecer mais tarde”. Para algumas pessoas, isso significava aproveitar melhor o entardecer, ainda mais no período de férias entre dezembro e janeiro. Por outro lado, outras reclamavam de acordar ainda no escuro.
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Para a felicidade ou tristeza da população, técnicos do Ministério de Minas e Energia e o próprio ministro já sinalizaram que não há necessidade de adiantar os relógios neste ano, pois o Brasil está em boas condições de suprimento energético.
A pasta afirma que o planejamento seguro implantado desde os primeiros meses do governo garante essa condição.
“O horário de verão só acontecerá se houver sinais e evidências de uma necessidade de segurança de suprimento do setor elétrico brasileiro. Por enquanto, não há sinal nenhum nesse sentido. Estamos com os reservatórios no melhor momento dos últimos 10 anos”.
Fontes governamentais destacam que a eletricidade economizada durante o período é de cerca de 5%. Apesar de parecer pouco, quando a porcentagem é convertida em números absolutos, o montante financeiro é considerado elevado.
De acordo com o o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), os níveis de Energia Armazenada (EAR) nos reservatórios devem se manter acima de 70% em setembro na maioria das regiões, o que representa estabilidade no sistema.
Em 2018, último ano de implementação do horário de verão, o nível dos reservatórios no subsistema Sudeste/Centro-Oeste, um dos mais importantes do país, estava em 24,5%. Hoje, este percentual é de 73,1%.
Outro argumento para não voltar com a medida é o aumento da oferta de energia elétrica nos últimos anos, com maior uso de usinas eólicas e solares.