O cônsul alemão, Uwe Herbert Hahn, de 60 anos, está na lista dos procurados pela Interpol, após fugir do Brasil para Frankfurt, na Alemanha. Ele se tornou réu na Justiça do Rio de Janeiro, acusado pelo Ministério Público (MP-RJ) de assassinar seu marido, o belga Walter Henri Maximilien Biot, de 52 anos, no apartamento onde moravam, em Ipanema, no Rio. Eles eram casados havia 23 anos.
Hahn, que responde por homicídio triplamente qualificado, enviou mensagem de WhatsApp para uma testemunha ameaçando passar à polícia informações mentirosas sobre a pessoa, caso ela não retirasse o que disse em depoimento à Polícia Civil.
“Eu estou seguro. Você, não. E você conhece a polícia, eles vão adorar a verdade sobre você, Loik e os outros. A delegada vai publicar tudo, mesmo sem prova”, escreveu o cônsul.
A testemunha é um homem que era amigo do casal no Brasil. Ele comunicou a ameaça à polícia e respondeu ao alemão: "Eu não preciso estar seguro ou fugir do país, ao contrário de você. Você é um assassino e matou meu amigo e vai pagar por isso. Você é procurado pela Interpol, ontem condenado a retornar à prisão, eu não vendo droga alguma, diferentemente de você, e você matou seu marido e sabe disso. E eu não peguei dinheiro do seu marido que você ama tanto e que você deixou aqui. Era Walter que sempre me ajudava e que se escondia de você, que era submisso a você, que era aterrorizado por você”.
Cônsul é solto 20 dias após prisão e foge para Frankfurt
O cônsul foi preso no dia 6 de agosto. Porém, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio (TJ-RJ) o soltou 20 dias depois, alegando que o MP-RJ cometeu "flagrante excesso de prazo" para denunciar o alemão.
Dois dias após ser libertado, o alemão deixou o Rio e fugiu para Frankfurt. Na segunda (29), a Justiça acatou a denúncia do MP-RJ e decretou sua prisão preventiva.
“Conforme amplamente divulgado pela mídia, o acusado saiu do país após ser solto, tendo chegado à Alemanha, a demonstrar, concretamente, que não pretende se submeter à aplicação da lei penal, um dos pressupostos da prisão preventiva", destacou o juiz Gustavo Kalil, da 4ª Vara Criminal do Rio de Janeiro.