AVENIDA PAULISTA

Bolsonaro vai à Fiesp em dia de manifestação contra ele no mesmo local

"Espero que não seja provocação", diz Raimundo Bonfim, um dos organizadores do ato de movimentos sociais contra o presidente

Manifestação de movimentos sociais na avenida Paulista.Créditos: Ricardo Stuckert
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) marcou para o dia 11 de agosto uma visita à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na avenida Paulista, região central da capital. A agenda faz parte de uma série de encontros que a entidade patronal vem fazendo com candidatos à presidência das eleições deste ano. 

Para o mesmo dia, porém, está marcada uma manifestação, organizada por movimentos sociais, contra o presidente e em defesa da democracia e das eleições - uma resposta aos ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral brasileiro. O ato será realizado em frente ao vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), a menos de 300 metros da sede da Fiesp, onde estará Bolsonaro, e praticamente no mesmo horário: enquanto a reunião do presidente está marcada para às 16h, o protesto terá início às 17h. 

"Nossa manifestação foi marcada antes, espero que ele não tenha agendado o encontro na Fiesp praticamente no mesmo horário como uma provocação. Se foi, não cairemos em provocação", afirma Raimundo Bonfim, coordenador da Central de Movimentos Populares (CMP), uma das entidades que organiza o ato. 

Em defesa das eleições 

Após reunião no dia 22 de julho, movimentos sociais, entidades, representantes de partidos políticos e sindicatos que compõem a chamada Campanha Fora Bolsonaro decidiram organizar uma agenda de mobilizações como forma de reagir às novas ameaças de Jair Bolsonaro (PL) à realização das eleições deste ano e também aos recentes episódios de violência política, como o que culminou no assassinato do guarda civil petista Marcelo Arruda em Foz do Iguaçu (PR). 

O grupo, que puxou atos "Fora Bolsonaro" em todo o país no ano passado, realizará novos protestos de rua contra o presidente. A atitude vem após a reunião de Bolsonaro com embaixadores estrangeiros em que o presidente repetiu teorias - desmentidas em várias ocasiões - sobre fraude nas urnas e sinalizou que não vai aceitar o resultado do pleito caso seja derrotado.

"Bolsonaro subiu o tom de suas ameaças golpistas. No dia 18 de julho, reuniu embaixadores no Palácio da Alvorada para atacar as instituições e o sistema eleitoral. Enfraquecido, busca construir condições para questionar o resultado das urnas. Somam-se a isso episódios cada vez mais frequentes de violência política, como o lamentável assassinato de Marcelo Arruda, tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu, e de violência racista, homofóbica e machista, como o caso do estupro cometido por um médico anestesista durante um trabalho de parto no Rio de Janeiro. Tudo isso é estimulado cotidianamente pelo discurso autoritário de Bolsonaro e seus apoiadores", diz uma resolução da Campanha Fora Bolsonaro a qual Fórum teve acesso. 

O grupo propõe dois dias de manifestações a nível nacional: 11 de agosto e 10 de setembro. Além disso, para as próximas semanas, foram marcadas uma série de atividades.