Uma igreja evangélica da Serra, na Grande Vitória, usou da prática bolsonarista de apologia ao uso de armas, com o intuito de arrecadar fundos para reforma do espaço Kids do templo.
O pastor da igreja resolveu sortear entre seus fiéis uma espingarda calibre 12. A arma foi doada por um colecionador e membro do templo.
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Os bilhetes da rifa custam caro. Para concorrer ao prêmio bélico, o fiel precisa desembolsar R$ 100. Caso seja premiado, o "sortudo" deve estar devidamente habilitado para portar a espingarda, segundo o regulamento da igreja.
O anúncio do sorteio havia sido publicado nas redes sociais pela igreja, contudo, por causa de repercussão negativa nas redes sociais foi apagado.
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No entanto, o pastor da igreja Dinho Souza gravou um vídeo para confirmar a existência da rifa e fazer a defesa do uso armas.
"Sim é verdade (a rifa) e estamos muito orgulhosos disso...[sic] Nossa igreja está se mudando para um novo local, e nós comunicamos aos amigos para que eles pudessem ajudar com algum tipo de oferta..[sic]Foi onde o amigo querido que é CAC também, ele é colecionador de armas, sugeriu a possibilidade de doar uma escopeta de calibre 12", contou.
" Obviamente que nós aceitamos a oferta", emendou.
De acordo com a igreja, o sorteio da arma será realizado quando todos os bilhetes forem vendidos e a rifa arrecadar R$ 25 mil.
O pastor também afirmou não ver "nenhum problema" com a rifa inusitada.
" O armamento é para o cidadão de bem seja ele ímpio ou cristão. Nós incentivamos a todo o homem de bem, que tenha uma arma em sua casa para defesa da sua família", disparou.
O religioso disse ainda que "aquele que nega a defesa da sua família não pode ser chamado de homem". Segundo ele, "infelizmente muitas pessoas não conseguem compreender essa mentalidade". Mas ele diz que respeita "os pensamentos contrários".
O pastor ainda tentou garantir a destinação da arma. "Essa arma não será para bandido. Bandido não pode ter arma, não tem direito a arma. Essa arma será para que o cidadão de bem possa se defender dos bandidos".
Veja:
Decreto proíbe sorteio de armas e munição
Armas e munição fazem parte de uma lista de objetos que não podem ser sorteados, de acordo com o decreto nº 70.951 do Governo Federal, que dispõe sobre a distribuição gratuita de prêmios, mediante sorteio, vale-brinde ou concurso.
No artigo 10º, o decreto prevê que "não poderão ser objeto de promoção, mediante distribuição de prêmios medicamentos, combustíveis e lubrificantes, armas e munição assim como explosivos, fogos de artifício ou de estampido, bebidas alcoólicas, fumo e seus derivados".