"ERA FELIZ E NÃO SABIA"

Internauta compra 79 itens no mercado por R$ 208... em 2012

Foto de lista de compras viralizou e escancara o aumento vertiginoso no preço dos alimentos e a redução drástica no poder de compra de lá para cá

Lista de compras com 79 itens em 2012.Créditos: Reprodução/Twitter
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Uma foto de uma lista de compras de 2012 vem viralizando nas redes sociais. Isso porque a lista, postada pelo usuário do Twitter Rodrigo Tajra, mostra que foram comprados 79 itens em um supermercado por R$ 208

De 2012 para 2022, os preços dos alimentos explodiram de forma vertiginosa enquanto o poder de compra dos brasileiros se reduziu drasticamente

À época da lista postada, o salário mínimo era de R$ 620. Uma compra em torno de R$ 200, portanto, representava 32% deste salário. Atualmente, o salário mínimo é de R$ 1212. 30% deste salário representa R$ 363,60 - o que hoje em dia não é suficiente para fazer uma "compra do mês", conforme relatam inúmeros consumidores. 

"Passei uma compra hoje com 79 itens e o valor foi 498,00 ... Lembrei desse tweet aqui", comentou uma internauta. "Hoje com 210 reais eu mal compro os produtos de limpeza!", constatou outro usuário da rede social. 

Confira

Inflação explode

A inflação voltou a explodir no mês de abril com alta de 1,73% nos preços - acima de março, quando ficou em 1,62%. É o segundo mês seguido que o índice de preços retorna aos patamares dos anos 1990, quando foi lançado o plano real. O percentual de abril só é menor do que o registrado no mesmo mês em 1995, quando foi de 1,95%, já no governo Fernando Henrique Cardoso.

Segundo o IBGE, no ano o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) acumula alta de 4,31%, mais da metade dos 7,1% projetados pelo Banco Central para todo o ano de 2022. Nos últimos 12 meses, a inflação bateu 12,03%.

De acordo com o instituto, oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em abril. A maior variação (3,43%) e o maior impacto (0,74 p.p.) seguem vindo do setor de transportes, que acumula alta nos combustíveis devido à política de paridade internacional adotada pela Petrobras no governo Michel Temer (MDB) e mantida por Jair Bolsonaro (PL).

Na sequência, veio Alimentação e bebidas, com alta de 2,25% e impacto de 0,47 p.p. Juntos, os dois grupos contribuíram com cerca de 70% do IPCA-15 em abril.