O artista carioca e um dos fundadores da Central Única das Favelas, MV Bill lança seu livro “A Vida Me Ensinou a Caminhar” (editora Age), onde ele relata parte de sua trajetória como rapper e ativista social. A obra foi escrita durante a pandemia de covid-19.
Por sua atuação como músico e ativista social, Bill já foi eleito pela Unesco (agência da ONU para a infância) como uma das personalidades que atuam nesse campo, mais mais atuantes do mundo. O artista também já ganhou prêmios internacionais em eventos como Rei da Espanha e Festival de Cinema de Milão, por causa do filme “Falcão - meninos do tráfico”, um documentário que dirigiu.
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Em entrevista ao Nexo, o rapper fala sobre o livro e a violência nas comunidades do Rio de Janeiro.
"Tenho sido surpreendido de forma positiva com os lançamentos. Rio, São Paulo, Porto Alegre e Salvador são os lugares onde eu já fiz o lançamento e tenho encontrado pessoas muito emocionadas, muito felizes de estar comprando um livro de uma pessoa preta", disse.
Ao relacionar a repercussão do documentário “Falcão - meninos do tráfico” com o cenário de atuação das milícias, UPPs e intervenção militar no Rio, o rapper disse que apesar da visibilidade do filme, não houve avanço no sentido de melhorar a realidade da juventude preta, pobre e favelada.
"Na época houve uma comoção, mas pouco movimento, pouco investimento, pouca movimentação em torno desse tema. Hoje a gente tem um quadro que eu considero pior", observa.
Bill enxerga que o combate ao tráfico de drogas é ineficaz, por meio do "tiro, porrada e bomba, na execuções policiais", afirmou. "Dificilmente se vê um trabalho de inteligência nas fronteiras, com gente rica que financia tudo isso e fica acima de qualquer suspeita", alfineta.
O rapper é enfático ao dizer que "tiro porrada e bomba na ponta, no varejo, já provou sua ineficácia e isso acaba virando uma permissão para matar jovens pretos de favela", pontua.