CORAÇÃO VALENTE

Dilma é eleita uma das mulheres mais admiradas do Brasil

A lista é encabeça por Fernanda Montenegro, mas tem também os nomes da ex-presidenta da República, de Anitta e Taís Araújo

Ex-presidenta Dilma Rousseff (Agência Brasil).
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Uma pesquisa realizada pelo Instituto Qualibest divulgada nesta segunda-feira (7) sobre as mulheres mais admiradas do Brasil trouxe a ex-presidenta Dilma Rousseff na colocação. Quem liderou a sondagem foi a atriz Fernanda Montenegro, seguida pela cantora Anitta, a também atriz Taís Araújo e a apresentadora Ana Maria Braga.

Derrubada num golpe parlamentar em 2016, na esteira de uma convulsão política provocada por setores da centro direita à extrema direita, e ecoado pelos oligopólios de mídia brasileiros, Dilma saiu do Palácio do Planalto, mas não teve seus direitos políticos cassados e passou a ser reverenciada por personalidades do mundo político e intelectual pela forma como enfrentou o processo de ruptura constitucional sem esmorecer ou titubear na frente seus inimigos.

Diante dos ataques misóginos e machistas, a mineira que construiu a carreira política no Rio Grande do Sul manteve a serenidade e a coragem até mesmo em momentos como o do voto do então deputado federal Jair Bolsonaro, em seu processo de afastamento, que disse votar pelo sim “em memória de Carlos Alberto Brilhante Ustra”, um notório e reconhecido torturador da Ditadura Militar, segundo ele, “o terror da Dilma”, numa escatológica manifestação de covardia e desumanidade do radical de ultradireita que se tornaria presidente anos depois.

Dilma Rousseff foi presa durante a repressão, e ficou no cárcere durante quase três anos, entre 1970 e 1972, ocasião em que foi torturada brutalmente várias vezes, tendo a mandíbula quebrada pelos agentes do governo autoritário.

“?A arte de resistir a tortura é pensar assim: ‘É só mais um minuto.’ Se você pensar que é mais cinco, ou mais vinte, é muito difícil de aguentar. Então você pensa: ‘Mais um minuto, mais dois...’ E vai se enganando por esses minutos afora, tentando superar algo que é inerentemente do ser humano, que é a dor”, disse a ex-chefe de Estado, filiada ao Partido dos Trabalhadores, em sua participação no documentário Democracia em Vertigem, dirigido pela cineasta Petra Costa.

A pesquisa do Instituto Qualibest sobre as mulheres mais admiradas do país ouviu 1.115 pessoas, de todas as regiões e estados brasileiros, no período entre 18 e 27 de fevereiro.