O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD) anunciou nesta segunda-feira (28) a criação do aplicativo de entregas Valeu. O objetivo da iniciativa é fortalecer bares e restaurantes locais e aumentar os ganhos dos entregadores, que recebem valores muito baixos e tem poucas garantias de direitos nos aplicativos em vigência, como iFood e Rappi. A situação precarizada dos entregadores provocou greves entre os trabalhadores e foi objeto de lei aprovada no Congresso Nacional que sofreu com vetos do presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Hoje vamos apresentar o Valeu Delivery, o aplicativo de delivery de alimentos da Prefeitura do Rio que será bom pros trabalhadores que irão ganhar mais com as entregas, bom pros comerciantes que pagarão uma taxa menor e bom para todos os cariocas que terão uma nova opção além dos apps que já existem, como o iFood e o Rappi", anunciou Paes no Twitter.
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Na última quinta-feira (28), ao comentar no Twitter sobre uma reportagem de um jornal alemão que tratava sobre o aplicativo Taxi Rio, o prefeito já indicou que anunciaria algo para "driblar" os aplicativos de entrega. "Aguardem! Em breve, driblaremos os iFoods da vida. Dinheiro tem que estar na mão dos restaurantes e entregadores de comida. Não dá para continuar com as taxas absurdas dos intermediários", escreveu.
Durante coletiva de imprensa realizada nesta segunda, o secretário de Fazenda e Planejamento, Pedro Paulo, apresentou detalhes do novo aplicativo. Segundo ele, a plataforma cobrará dos restaurantes uma taxa de 0% para entregas de até R$ 100, que representam cerca de 85% dos pedidos feitos nesses aplicativos.
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O entregador, por sua vez, receberia R$ 7 por entrega realizada - mais alta que a do iFood, que paga R$ 4,50. Quando o pedido é de mais de R$100, o trabalhador ainda recebe um percentual de 2% para além dos R$ 7,00.
A iniciativa dialoga com o Taxi Rio e com outras plataformas que tem surgido com o objetivo de romper com a dependências das grandes empresas de aplicativo e melhorar os ganhos para os profissionais que atuam no ramo. Um exemplo é o Bibi Mob, o “Uber público” de Araraquara, criado através de uma cooperativa de motoristas.