Com a desculpa de "cadastrar e saber quantas são" as armas irregulares no Brasil, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, quer que o presidente Jair Bolsonaro edite uma Medida Provisória (PM) para dar anistia a quem possui armas em condições irregulares no país.
Na nação que sofreu uma inundação de revólveres, pistolas, fuzis e escopetas nos últimos três anos, desde que o líder de extrema direita chegou ao Planalto, e que segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública abriga um arsenal de mais de dois milhões de armas, a MP colocaria boa parte desse armamento na legalidade, além de garantir impunidade institucional para quem o mantém.
"É uma questão fundamental regularizar essas armas, para que possamos saber onde estão e a quem pertencem. Hoje não temos conhecimento nenhum sobre grande parte delas", alega Torres, ainda que esteja bem claro que a intenção do governo é de atender uma velha demanda da chamada bancada da bala, formada por parlamentares pró-armamento da população.
Assim que assumiu o mantado, em 1° de janeiro de 2019, Bolsonaro foi bastante cobrado para que publicasse um decreto presidencial prevendo a anistia dos donos de armas ilegais. No entanto, setores do Planalto consideraram que a iniciativa seria juridicamente frágil, podendo ser anulada na Justiça, o que levou então a se cogitar uma Medida Provisória.