Uma denúncia de racismo levou o setor de compliance da Rede Globo (área responsável por fiscalizar o cumprimento de normas éticas e parâmetros legais de uma empresa) a abrir uma investigação para analisar a conduta de profissionais da emissora que trabalham no set de gravação da novela “Nos Tempos do Imperador”.
Segundo as reclamações levadas à direção da Globo, os atores e atrizes negros estariam recebendo “tratamento diferente” daquele dispensado aos companheiros de profissão brancos durante as gravações do folhetim das seis. A rede de televisão não confirma, tampouco nega, a chegada da queixa, o que segundo ela iria contra a política de não comentar assuntos que estão nas mãos do compliance, prevista em seu código de ética interno.
"Temos também uma ouvidoria para receber quaisquer relatos de violação ao código. Todos são apurados criteriosamente assim que a empresa toma conhecimento, e as medidas necessárias são adotadas, com garantia de absoluto sigilo aos denunciantes e colaboradores sobre as apurações", disse a assessoria da Globo à coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.
“Nos Tempos do Imperador”, ainda que reconhecida pela crítica como uma reconstrução caprichosa do ambiente que abrange parte do reinado de Dom Pedro II, recebeu uma série comentários negativos pela forma romantizada como a novela aborda a questão da escravidão. Uma cena que envolveu a personagem Pilar, interpretada pela atriz Gabriela Medvedovski, branca, dizendo que estava sofrendo racismo (“reverso”) já tinha despertado uma avalanche de críticas.