Em meio a tantas notícias ruins, um alento: desde a última quinta-feira (24), usuários das redes sociais no Brasil vêm se emocionando com o vídeo que mostra um jovem de uma pequena cidade da Bahia indo a uma lavoura para contar ao pai que foi aprovado para um curso superior de medicina. "Não vou decepcionar", disse ele após a grande repercussão do vídeo.
Na cena, repercutida pela Fórum, o filho atravessa a roça para ir ao encontro do pai. Os dois se abraçam e choram diante da conquista.
O jovem em questão é Sandro Lúcio Nascimento Rocha, de 21 anos. Sua família é da pequena cidade de Caculé, no Sudoeste baiano. Sandrão, como é conhecido entre os amigos, foi aprovado em 6° lugar para o curso de Medicina da Universidade Federal da Bahia (UFBA) entre sete vagas do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) voltada a candidatos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas e que tenham cursado o ensino médio na rede pública de ensino. Ele estudará no campus de Vitória da Conquista.
O estudante já cursava Biologia, também pela UFBA, e aos 17 anos foi agraciado como o Prêmio Jovem Cientista, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), por um projeto que desenvolveu de economia de água potável utilizando materiais reciclados.
O vídeo que mostra a emoção de Sandrão ao dar a notícia de sua aprovação em Medicina ao pai lavrador comoveu o país, e chegou até mesmo ao ex-ministro da Educação Fernando Haddad. Confira.
"Não vou decepcionar"
Em postagem no Instagram, nesta sexta-feira (25), Sandrão postou um texto de agradecimento às mensagens de incentivo em meio a grande repercussão do vídeo.
O estudante também associou sua conquista ao apoio da família e professores. "Fui agraciado por ter uma família que, mesmo sem as melhores instruções do mundo, me incentivou a correr atrás dos meus sonhos. Enquanto meu pai, lavrador, labutava na roça, minha mãe segurava a barra nas tarefas domésticas; meu irmão, aos longo de seus 13 anos de idade, sendo o meu xodó e símbolo de irmandade", escreveu.
"Agradeço aos meus caríssimos professores, tanto do ensino fundamental quanto do ensino médio. Todos, sem exceção. Eles que me ensinaram os macetes da educação com todas as limitações de materiais, ou até mesmo sem receber os seus salários; sempre amaram o que fazem, e têm um espaço no melhor lugar do meu coração", prosseguiu o jovem.
Confira.