TURISMO FAMILIAR

Vereador do Mundo: Carluxo falta à Câmara, de novo, para passear com o pai na Rússia

Essa já é, pelo menos, a 12ª viagem internacional que Bolsonaro leva um dos filhos. Nenhum deles compõe o governo e gasto é público

Carlos Bolsonaro e o pai, em Moscou (Redes sociais).
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O Palácio do Planalto sob a direção de Bolsonaro bem que poderia se chamar Jair Excursões. Em toda viagem do chefe de Estado de extrema-direita sempre há os penetras que, com dinheiro público, resolvem passear pelo mundo, ainda que não tenham qualquer cargo ou função institucional no governo. Os principais usuários desse esquema de férias na mamata, sem dúvida, são os filhos do presidente.

Jair Bolsonaro desembarcou nesta terça-feira (15) em Moscou, capital da Rússia, para uma descabida e inoportuna visita oficial a Vladimir Putin, mas quem roubou a cena e estava a tiracolo era o vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos), seu filho 02.

Sim, vereador. Parlamentar municipal, mas que praticamente não participa da vida política da Cidade Maravilhosa, gastando seu tempo em Brasília e gastando dinheiro público nas excursões que o pai realiza mundo afora.

Carlos Bolsonaro já foi com Jair em várias comitivas oficiais e gosta de ostentar seu passaporte diplomático, que permite entrar e sair dos países sem ter bagagem revistada, além de dar outros privilégios normalmente cedidos a embaixadores e outros representantes do Itamaraty, além de ministros de estado. Na vexatória reunião do G20, ocorrida em novembro de 2020, quando Bolsonaro fez arruaça pelas ruas de Roma e faltou a todas as reuniões multilaterais do grupo, Carluxo estava lá, passeando solto pela Cidade Eterna.

senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) não perde também a oportunidade de passear com a família. Ele já esteve com o pai em Israel, nos Emirados Árabes, no Catar e no Bahrein, sempre filmando com o celular, como um adolescente, inclusive fazendo piadas com membros da comitiva em cerimônias oficiais.

Eduardo Bolsonaro, o filho 01, que é deputado federal (PSL-SP), é outro que tem aproveitado o mandato do líder do clã para conhecer o mundo. No passaporte do amante de armas de fogo há carimbos de viagens do governo brasileiro à Suíça, Chile, Argentina, Japão, Equador e dois rolês nos EUA, onde aproveita para confabular com as hostes mais extremistas do trumpismo.

O quanto isso custa aos cofres públicos é difícil de saber. Jair Bolsonaro impôs sigilo às notas fiscais de gastos com suas viagens ao exterior, pelo menos enquanto durar o seu mandato. Só se sair do Palácio do Planalto ao final do ano será possível para a população tomar conhecimento da fatura da família com turismo internacional oficial.