ARNALDO JABOR

Arnaldo Jabor, de cineasta respeitável à porta-voz da mídia golpista

A despeito de ter feito bons filmes, ele não resistiu aos apelos para se tornar um cronista injusto e desmedido com os governos petistas

Arnaldo Jabor.Créditos: Reprodução TV Globo
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A despeito de ter uma carreira respeitável como cineasta, Arnaldo Jabor viveu seu auge e se tornou conhecido como cronista de grandes jornais e, sobretudo, como comentarista do Jornal Nacional, da Rede Globo, durante os governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

No período, o cineasta/cronista não poupou críticas aos petistas, muitas vezes de maneira grosseira e desmedida.

Jabor embarcou em cheio na onda lavajatista da época e passou a confundir críticas sistemáticas aos governos petistas com xingamentos e frases em que chamava Dilma de “poste” e se referia à sua gestão como “desgraçada”.

Chegou a publicar impropérios como: “é uma pena que o PT, esse partido fascista, tenha tomado o poder em 2003”, em artigo que afirma que “Lula foi o nosso Trump".

Com isso, o cineasta passou a ganhar cada vez mais respeito e espaço na grande imprensa, praticamente toda empenhada em derrubar o governo da presidenta Dilma.

Cronista e cineasta

Apesar e antes disso tudo, Jabor realizou uma obra respeitada forjada no ambiente do Cinema Novo, na década de 60, no Brasil.

No começo, ele trabalhou como crítico de teatro e cinema no jornal O Metropolitano, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e na revista Movimento. Foi levado ao cinema por seu amigo, o também cineasta Cacá Diegues.

Seu primeiro longa-metragem foi "A Opinião Pública", de 1967. Depois disso, fez "Pindorama", de 1970, que foi fracasso de bilheteria. O prejuízo foi compensado pelo sucesso de "Toda Nudez Será Castigada", de 1973, adaptação da peça homônima de Nelson Rodrigues, que conta com Paulo Porto e Darlene Glória no elenco e trilha do argentino Astor Piazzolla.

Seu longa seguinte foi "O Casamento", de 1975, inspirado em um romance de Nelson Rodrigues.

Trilogia amorosa

Após esta primeira fase, Jabor fez uma trilogia amorosa. No primeiro longa, em que enfoca um casal de mais idade, realizou "Tudo Bem", de 1978, estrelado por Paulo Gracindo e Fernanda Montenegro. Ele considerava este o seu melhor filme.

Logo após jogando as luzes sobre um casal chegando à meia idade, fez "Eu Te Amo", com Sônia Braga e Paulo César Pereio e, a seguir, "Eu Sei que Vou Te Amar", de 1986, com o jovem casal Fernanda Torres e Thales na Chacon, que teve indicação à Palma de Ouro no Festival de Cannes.

Em 2010, voltou a filmar e fez "A Suprema Felicidade”.

Nesse meio tempo, começou a colaborar com a Folha de S.Paulo, Zero Hora, O Globo e publicou livros, como "Os Canibais Estão na Sala de Jantar", de 1993, e "O Malabarista - Os Melhores Textos de Arnaldo Jabor", de 2014.