VIOLÊNCIA

Investigações do atentado terrorista em Brasília são colocadas sob sigilo

O pedido ao TJ-DF foi feito pelo delegado Jorge Teixeira de Lima, responsável por apurar a tentativa de atentado com bomba em área do aeroporto de Brasília

A bomba foi deixada na área do aeroporto de Brasília.Créditos: Valter Campanato/Agência Brasil
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O Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF) acatou solicitação do delegado Jorge Teixeira de Lima, responsável pelo caso, e decretou sigilo nas investigações que apuram a tentativa de atentado com bomba em área do Aeroporto Internacional de Brasília, no sábado (24).

O delegado acredita que o sigilo é necessário em função da “sensibilidade” dos fatos que estão sendo investigados. O Ministério Público concordou com o pedido.

“Os fatos são extremamente graves e o sigilo das investigações pode viabilizar a identificação de outros envolvidos”, avaliou o promotor Claudio João Medeiros Miyagawa Freire, de acordo com o UOL.

Relembre o caso

George Washington de Oliveira Sousa, preso pela Polícia Civil no sábado (24), forneceu detalhes da trama que resultou na instalação de uma bomba na área do aeroporto de Brasília e pretendia instaurar o caos.

O terrorista preso é gerente de um posto de gasolina de combustíveis no interior do Pará. Ele relatou, em depoimento à polícia, que, além dele, mais quatro homens e uma mulher tinha conhecimento da fabricação da bomba.

No dia 23, conforme o investigado, uma mulher do acampamento sugeriu a instalação de uma bomba na subestação de energia elétrica de Taguatinga (região administrativa do DF), para “dar início ao caos que levaria à decretação do estado de sítio”.

“Eu fui ao local apontado pela mulher em Taguatinga em uma Ford Ranger branca de um dos manifestantes do acampamento, mas o plano não evoluiu, porque ela não apresentou o carro para levar a bomba até a transmissora de energia”, destacou George.

Outro participante, segundo o criminoso, identificado como Alan Diego dos Santos Rodrigues, se voluntariou para instalar a bomba em postes. Ele está foragido de Brasília.

Criminoso revelou a outros bolsonaristas do acampamento que tinha explosivos

George revelou aos policiais que contou a outros bolsonaristas do acampamento que tinha explosivos. O material havia sido entregue a ele em Brasília por um fornecedor do Pará. “Eu disse aos manifestantes que tinha a dinamite, mas que precisava da espoleta e do detonador para fabricar a bomba”.

Conforme depoimento, no dia 23, por volta das 11h30, “um manifestante desconhecido” entregou a ele um controle remoto e quatro acionadores. “De posse dos dispositivos, eu fabriquei a bomba”, confessou.

“Eu entreguei o artefato ao Alan e insisti que ele instalasse em um poste de energia para interromper o fornecimento de eletricidade, porque eu não concordei com a ideia de explodi-la no estacionamento do aeroporto. Porém, no dia 23/12/2022 eu soube pela TV que a polícia tinha apreendido a bomba no aeroporto e que o Alan não tinha seguido o plano original”, disse o criminoso.

Na verdade, a polícia só encontrou o explosivo na manhã de sábado (24).