TERRORISMO

Com atentado de caminhão-tanque acontecendo, ministro da Justiça fez post inacreditável

Bolsonarista Anderson Torres, atacado pela inércia nos atos terroristas de 12/12, tem novamente ação questionável durante ação que tentou explodir um veículo repleto de querosene perto do aeroporto de Brasília

Créditos: Marcos Corrêa/PR
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*Matéria atualizada às 16h13 para incluir nova manifestação do ministro da Justiça no Twitter

A véspera de natal foi marcada por atentado terrorista frustrado de autoria de um apoiador do ainda presidente Jair Bolsonaro (PL) em via próxima ao aeroporto de Brasília (DF). Principal assunto no país, a bomba fabricada pelo suspeito, que confessou o crime, foi desativada pelo esquadrão antibomba da Polícia Militar. Pauta e todos os veículos noticiosos, a ação mobilizou as forças de segurança, que rapidamente prenderam o homem e já investigam o paradeiro dos demais envolvidos. 

O mundo político também se manifestou sobre o caso, principalmente pela motivação para o crime, explicada pelo delegado-geral da PCDF, Robson Cândido “Ele é morador do Pará e veio, justamente, para participar das manifestações lá no QG. Ele faz parte desse movimento de apoio do atual presidente [Jair Bolsonaro]. Eles estão imbuídos dessa missão ideológica, segundo ele, mas que saiu do controle. As autoridades policiais, principalmente aqui em Brasília, vão prender qualquer um que atente contra o Estado Democrático de Direito”, afirmou em entrevista à imprensa.

Flávio Dino

Flávio Dino (PSB), por exemplo, o futuro ministro da Justiça do governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), acompanha as ações das forças de segurança de investigação do caso e afirmou, em tuíte, na manhã deste domingo (25), que não haverá pacto político e nem anistia para os que cometeram atos terroristas. 

Enquanto Dino toma providências e se pronuncia sobre o caso, o quase ex-ministro da Justiça, Anderson Torres (União Brasil) limitou-se a uma postagem no Twitter, em uma trágica repetição do enredo dos ataques terroristas a Brasília ocorridos no último dia 12. Jantando tranquilamente no tradicional restaurante Francisco, em Brasília, enquanto apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) desencadeavam uma série de atos terroristas e tentavam invadir a Superintendência da Polícia Federal (PF) na capital federal, o ministro da Justiça, Anderson Torres, publicou um tuite apenas às 23h45 do dia 13, depois de Flávio Dino já ter se pronunciado por meio de entrevista coletiva. O conteúdo inclusive não condenava ou fazia referência às ações e foi entendido como um "apito para cachorro", ou seja, o texto seria uma mensagem cifrada entre radicais da ultradireita.

Na postagem deste domingo (25) no final do dia, após repercussão da prisão e divulgação do depoimento do terrorista que fabricou a bomba, o responsável pela pasta da Justiça limitou-se a dizer que "O @JusticaGovBR [MInistério da Justiça] oficiou a @policiafederal [Polícia Federal] para acompanhar a investigação e, no âmbito de sua competência, adotar as medidas necessárias quanto ao artefato encontrado ontem (24) em Brasília. Importante aguardarmos as conclusões oficiais, para as devidas responsabilizações".

Anderson Torres

Nesse sábado (24), a postagem de Torres foi postada por volta das 22h, provavelmente durante sua ceia de natal, e, sem fazer qualquer referência ao fato de um apoiador do ainda presidente da república ter tentado explodir um caminhão repleto de querosene nas imediações do aeroporto Juscelino Kubitschek, trazia um texto natalino.

A mensagem, absolutamente inacreditável diante da crise de segurança que a capital da república enfrenta devido a atos terroristas que ameaçam a democracia no país, dizia "Um Natal de muita paz e luz a todo o povo brasileiro. Que as bençãos de Deus inundem seus lares e tragam paz, harmonia e muita perseverança. #FelizNatal", acompanhada de um card com motivos natalinos. 

Confira a postagem: