Em palestra proferida nesta sexta (25) em evento do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TER-BA), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso fez duras críticas aos atos golpistas de bolsonaristas que seguem acampados em frente a instalações do Exército em diversos pontos do país por não reconhecer o resultado das eleições presidenciais.
“Não adianta apelar para os quartéis, apelar para extraterrestres”, ironizou Barroso durante o "I Fórum de Cidadania Política – pensando o futuro da democracia no Brasil", organizado pelo TRE-BA. O ministro defendeu respeito ao resultado das eleições.
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Assediado por bolsonaristas também durante uma conferência em Nova York, no último dia 13, sua resposta viralizou nas redes sociais: “Perdeu, mané. Não amola”. O magistrado explicou que “humanamente perdeu a paciência” diante do ataque.
Ataques repetidos
A reação impaciente veio após dias consecutivos de agressões. “Sim, eu falei ‘Perdeu, mané. Não amola’. Gostaria de dizer que só perdi a paciência depois de três dias em que uma horda de selvagens andava atrás de mim, me xingando de todos os nomes que alguém possa imaginar, e exatamente no dia em que os mesmos selvagens tinham invadido o telefone celular da minha filha com ameaças e grosserias que essa gente considera normal. Portanto eu humanamente perdi a paciência”, relatou Barroso.
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Polido, o ministro disse que respeita os eleitores do ainda presidente Jair Bolsonaro (PL). “Eu, como todas as pessoas, tenho o maior respeito e consideração pelos 58 milhões de pessoas que votaram em um candidato. Porque, como eu disse antes, a democracia não é um modelo de alguns, é o governo de todos e, portanto, todos merecem respeito e consideração”, afirmou.
Liberdade de expressão
O jurista ainda fez questão de entrar no tema da liberdade de expressão, criticando fake news, um dos temas sobre os quais possui intensa produção acadêmica. “A mentira não é uma forma legítima de defender qualquer posição. Tudo o que é bom, justo e legítimo pode ser defendido com educação, com respeito ao outro, aceitando a divergência”, defendeu.