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PRF deve pagar curso no exterior para diretor investigado pelo MP

Com pedido assinado por outro diretor da PRF, Silvinei Vasques pode ganhar curso no exterior com custo de R$ 144 mil. Viagem ocorreria durante investigação do MP sobre sua conduta no segundo turno das eleições.

PRF.Silvinei Vasques é investigado pelo Ministério Público e pela própria Polícia Rodoviária FederalCréditos: Valter Campanato / Agência Brasil
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Bolsonaristas no governo colhem as últimas benesses antes do apagar das luzes. Após renovar contrato sem licitação com empresa do ex-piloto Nelson Piquet e indicar o sanfoneiro e ex-ministro do Turismo Gilson Rodrigues à diretoria da Embratur (com mandato de quatro anos), agora o Poder Executivo pode garantir benesse, bastante conveniente, a outro aliado do presidente Jair Bolsonaro, o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques.

Há apenas dois meses Silvinei Vasques, diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), encaminhou um pedido para participar do curso de “Alta Direção em Segurança Internacional”, no Centro Universitário da Guarda Civil espanhola. Embora esteja sendo avaliado em caráter de sigilo, reportagem do Estadão desta segunda (21) revelou que o órgão prevê o empenho de R$ 144 mil para atender à demanda. Afinal, a autorização já foi assinada pelo diretor-executivo substituto do órgão, Daniel Souto. O processo agora depende de aprovação do Ministro da Justiça, Anderson Torres, e publicação no Diário Oficial.

Investigado

Silvinei Vasques está de férias desde a última quarta (16), um dia depois seu afastamento do cargo por solicitação do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro, motivada pela investigação sobre o fato do diretor-geral da PRF ter pedido, em suas redes sociais, votos para Jair Bolsonaro (PL). O Ministério Público (MP) e a própria PRF também investigam sua conduta à frente do órgão no dia 30 de outubro, no segundo turno das eleições presidenciais. No dia da votação foram realizadas cerca de 560 blitzes da PRF, sobretudo nos estados do Nordeste. A investigação é sobre a intenção de tal movimentação para de atrasar e desestimular a chegada de eleitores do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) às urnas. O MP e a PRF também avaliam a acusação de inação do diretor de polícia nos dias seguintes ao pleito, diante dos bloqueios ilegais de estradas promovidos por Bolsonaristas que não aceitam o resultado das urnas.

A viagem viria bem a calhar, pois ocorreria enquanto se desenvolvem as investigações. Remoto, o curso tem início em dezembro deste ano e exige três momentos presenciais, sendo o primeiro de 4 a 26 de fevereiro de 2023, em Madri; o segundo em Santiago (Chile), de 27 de maio a 11 de junho; e o terceiro novamente em Madri, de 9 de setembro a 1 de outubro. Se aprovadas, as três viagens oneram os cofres públicos em R$ 144 mil, divididos em R$ 21.953,31 em passagens e seguro-viagem e mais R$ R$ 122.808,18 em diárias, de acordo com a reportagem.