Um vídeo gravado por uma câmera de segurança mostra homens fazendo uma tocaia para o apresentador Daniel Carniel, da Adesso TV, da cidade de Garibaldi, no Rio Grande do Sul, que foi agredido com socos e chutes na tarde da última sexta-feira quando chegava para trabalhar na emissora.
Na gravação, dois homens de boné estão sentados em frente ao prédio da TV, usando o celular. Um deles levanta e vai embora e o outro permanece no mesmo lugar. Ele levanta, aparenta estar falando com alguém ao telefone e adentra a recepção.
Uma terceira pessoa vai até a rua da emissora, faz uma pausa, olha para dentro do prédio e depois continua a caminhar pela calçada. O homem de boné permanece em frente a porta da recepção.
Às 12h47, Carniel entra na emissora. Cerca de 10 segundos depois, o outro homem sai correndo de dentro do prédio e, em seguida, o jornalista aparece com o rosto ensanguentado pedindo ajuda. Uma pessoa que passava em frente ao local corre em direção ao agressor.
Mesmo machucado, o apresentador entrou no ar para denunciar a agressão definida por ele como um “atentado”. “Estou começando o programa de uma maneira diferenciada, ainda não me limpei. Há poucos minutos sofri um atentado”, disse. O jornalista estava com o nariz e a boca cobertos de sangue.
De acordo com o jornalista, um homem esperou sua chegada e começou as agressões assim que confirmou sua identidade.
Tocaia
“O rapaz estava de tocaia, perguntou quem era o Daniel Carniel. Quando falei que era eu, ele começou a me agredir fisicamente, me jogou para dentro do hall de entrada do prédio onde funciona a TV, começou a me chutar e dizia o seguinte: ‘Isso é pelas denúncias que você está fazendo na TV”, disse o apresentador.
Carniel contou ainda que caiu com o soco e, em seguida, passou a levar chutes. Sem conseguir levantar, ele procurou apenas proteger a cabeça.
Em nota, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) condenou o ataque.
“A Abraji denuncia e repudia essa agressão e cobra uma investigação rápida da polícia para que os agressores sejam punidos. É mais um ataque à liberdade de imprensa, numa escalada da violência física e moral contra os jornalistas brasileiros. Casos como o de Garibaldi não podem ficar impunes sob pena de incentivar esses tipos de agressão”, diz o texto da Abraji.