Diante das ameaças de bolsonaristas e notícias de policiais convocando para atos de cunho golpista no dia 7 de setembro, representantes do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe) se reuniram, nesta quinta-feira (2), com o ouvidor das polícias de São Paulo, Elizeu Soares Lopes, e com representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Defensoria Pública.
O intuito da reunião foi discutir medidas a serem adotadas para garantir a segurança dos manifestantes e evitar episódios de violência. No dia 7 de setembro, além dos bolsonaristas, movimentos sociais sairão às ruas em manifestação contra Jair Bolsonaro e em defesa da democracia. Enquanto os apoiadores do presidente se reunirão na avenida Paulista, os movimentos de oposição farão ato no Vale do Anhangabaú.
À Fórum, o presidente do Condepe, Dimitri Sales, afirmou que, no encontro, o ouvidor das polícias, Elizeu Lopes, garantiu que todos os policiais da ativa que participarem das manifestações serão presos.
Antes, o Condepe já havia se reunido com o procurador-geral de Justiça do estado de São Paulo, Mario Sarrubbo. Ele garantiu, na ocasião, que o Ministério Público paulista já fez uma recomendação às polícias alertando que é crime militar a participação de agentes da ativa em atividades políticas. Também informou que criou uma força-tarefa, com diversas promotorias, para evitar possíveis incidentes nos atos do dia 7 de setembro.
Também presente no encontro com o ouvidor das polícias, representantes da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo (OAB-SP) informaram que todas as folgas de policiais militares previstas para o dia 7 foram suspensas. A medida visa evitar que agentes de folga participem das manifestações.
Além disso, o Condepe criou uma comissão com a OAB-SP e com a Defensoria Pública do estado para acompanhar as manifestações.
Segundo Raimundo Bonfim, coordenador da Central de Movimentos Populares (CMP) e conselheiro do Condepe, 20 advogados estarão presentes no Vale do Anhangabaú para garantir a segurança dos manifestantes, enquanto 4 defensores públicos ficarão de prontidão em suas casas ou escritórios.
"A ouvidoria [das polícias] também se colocou a disposição para que os organizadores das manifestações, caso presenciem qualquer irregularidade, a acione. Todos os órgãos presentes se colocaram a disposição. Foi uma reunião muito proveitosa e saímos bastante animados", disse Bonfim à Fórum.