Poucas horas após a Petrobras anunciar novo aumento, de 9%, no preço do diesel, Irani Gomes, presidente do Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustível e Derivados do Petróleo de Minas Gerais (Sinditanque-MG), anunciou que a categoria deve deflagrar greve "a qualquer momento" contra o reajuste.
O último aumento do combustíveis, que impacta diretamente no consumo das famílias, foi de 3,7% no dia 6 de julho, a menos de três meses portanto.
Em vídeo difundido nas redes sociais nesta terça-feira (28), Gomes afirma que "nenhuma categoria de transporte consegue pagar as dívidas" e que “não tem condições de trabalhar do jeito que está".
"Nós estamos pedindo para o governo, seja o federal, estadual, a Petrobras, que venha reduzir o preço abusivo que está o óleo diesel. Nós não conseguimos mais trabalhar. A corda está esticando. Estamos vendo a hora que o Brasil vai parar novamente, como aconteceu em 2018", declara o dirigente sindical.
"Nós vamos cruzar os braços a qualquer momento se não houver nenhuma decisão referente ao preço dos combustíveis", completa ainda.
Em entrevista à Veja, Irani Gomes informou que a paralisação já conta com apoio de sindicatos que representam os transportadores de combustível do Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo, Brasília, Goiânia, Goiás e Bahia. A data ainda não foi definida para que o governo não "impeça" a mobilização.
Lira enquadra Petrobras
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), não gostou da notícia de que a Petrobras pode promover um novo aumento nos combustíveis duas semanas após o presidente da estatal, o general Joaquim Silva e Luna, participar de sessão da Comissão Geral da Câmara justamente os sobre a política de preços da companhia.
“O diretor da Petrobras Cláudio Mastella diz que estuda com ‘carinho’ um aumento de preços diante desse cenário. Tenho certeza que ele é bem pago para buscar outras soluções que não o simples repasse frequente”, cobrou Lira em seu perfil no Twitter.
“Amanhã, vamos colocar alternativas em discussão no Colégio de Líderes. O fato é que o Brasil não pode tolerar gasolina a quase R$ 7 e o gás a R$ 120”, completou.
Na publicação, o parlamentar afirmou que a Câmara “está fazendo seu dever de casa para o país retomar a economia” e reclamou que o “dólar persiste num patamar alto”.