Em coletiva de imprensa na noite desta quarta-feira (22), o Ministério da Saúde deu sequência à serie de recuos do governo Bolsonaro e resolveu voltar atrás na decisão que havia suspendido a vacinação contra a Covid de adolescentes.
A suspensão da vacinação de adolescentes foi anunciada pelo ministro Marcelo Queiroga na última quinta-feira (16). Como justificativa, ele usou a notícia da morte de um jovem em São Paulo que se imunizou com dose da Pfizer. No entanto, na sexta-feira, se confirmou que não havia qualquer relação do óbito com o imunizante.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também se manifestou em relação à nota técnica do Ministério da Saúde e manteve a posição anterior ao caso, de dar sequência na vacinação destes jovens, sob o argumento que não havia indícios de que a dose da Pfizer aplicada no garoto de São Bernardo do Campo provocou sua morte. O parecer da Anvisa lembrou ainda que países cientificamente desenvolvidos, como Austrália, Canadá e EUA, seguem cumprindo o protocolo adotado aqui no Brasil.
"Os benefícios da vacinação são maiores do que os eventuais riscos dos eventos adversos da sua aplicação (...) Comparando tudo o que foi aplicado, mesmo com esses supostos erros de imunização, é um percentual muito baixo. Então, hoje o ministério não suspende mais de forma cautelar a imunização em adolescentes sem comorbidades", disse o secretário-executivo da pasta, Rodrigo Cruz.
Nesta terça-feira (21), o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), já havia derrubado a decisão do governo Bolsonaro de suspender a vacinação de adolescentes,.
Em decisão liminar proferida nesta terça-feira (21), o magistrado atendeu a uma ação protocolada na última semana pelo PSB e determinou que cabe a estados e municípios decidir sobre a imunização desta faixa etária.
Mesmo antes da decisão de Lewandowski e apesar do anúncio do Ministério da Saúde na última semana, inúmeros prefeitos e governadores seguiram vacinando adolescentes.