Empresários do setor de comércio, turismo e alimentação encaminharam ao presidente Jair Bolsonaro um novo pedido de retomada do horário de verão no final deste ano. Após dois meses da última mensagem enviada, que foi ignorada pelo chefe do Executivo federal, representantes desse segmento argumentam desta vez que qualquer economia na luz, num momento de gravíssima crise hídrica e energética, já seria benéfica para as empresas e ajudaria também a recuperar as perdas acumulados no período da pandemia.
Extinto em 2019 por um decreto de Bolsonaro, de acordo com a justificativa do Ministério de Minas e Energia à época, o horário de verão representaria uma economia irrisória de energia elétrica, ou ainda inexistente, já que picos de consumo são registrados nesses meses do ano por conta do uso de ar-condicionado. O presidente disse ainda, na ocasião, que o sistema que faz escurecer mais tarde e clarear mais cedo “interfere no relógio biológico das pessoas”.
“Como é sabido, estamos diante de uma intensa crise hídrica agravada pela escassez de chuvas, situação que coloca em risco o fornecimento de energia elétrica em parte do Brasil. São muitos os desafios para mitigar o problema e qualquer economia energética se torna agora ainda mais relevante”, dizia o documento ministerial com a decisão, de 2019.
Para empresários desses setores, essa mudança de uma hora traz uma economia significativa e não pode ser ignorado e desconsiderado diante de uma crise econômica e de geração de energia como a atual. O Palácio do Planalto não respondeu ao pedido encaminhado ao presidente, nem deu prazo para que ele analise a proposta e dê retorno sobre o assunto.