O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) protocolou nesta quinta-feira (16) um requerimento de convocação para que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, compareça à CPI do Genocídio e dê explicações sobre a confusa e contraditória decisão da pasta de retirar a recomendação para que adolescentes recebam vacinas contra a Covid-19.
Uma nota informativa publicada mais cedo pelo Ministério da Saúde considerou que os adolescentes entre 12 e 17 anos que não tenham comorbidades não devem ser imunizados, sob a imprecisa e perigosa argumentação de que este grupo “apresenta menos propensão a ter complicações por causa da doença”. A reação dos setores ligados à área da saúde foi imediata, uma vez que tal fato não seria justificativa plausível para suspender a aplicação de doses nessa faixa etária.
Para a oposição, a decisão da pasta é uma manobra para que o número de doses aplicadas diminua, uma vez que Queiroga já havia feito críticas recentemente aos governadores que acusavam seu ministério de não repassar imunizantes suficientes, acarretando em falta do produto nas unidades de atendimento. Ele disse na última segunda-feira (13) que a escassez de vacinas era “narrativa”, dando como desculpa a aplicação nessa faixa etária, segundo ele fora do Plano Nacional de Imunização (PNI), para os casos em que as doses acabaram.
“Por conta disso (de aplicações fora do previsto no PNI) que surgem essas narrativas que falta dose. Na realidade, muitos já avançaram além (dos grupos etários previstos), e se avançaram é porque tinha doses”, falou, com a habitual expressão utilizada como argumento para tudo pelos bolsonaristas.