A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou por meio de um comunicado, divulgado nesta quinta-feira (16), que mantém a normativa que autoriza a vacinação de adolescentes na faixa etária de 12 a 17 anos, contrariando a nova orientação do Ministério da Saúde, que aconselhou a suspensão da imunização desses jovens, com a alegação de que o grupo “apresenta menos propensão a ter complicações por causa da doença”.
Afeitos às fake news e distorções de informações, os bolsonaristas vinham mencionando também o caso de um adolescente de 16 anos que morreu após a aplicação da vacina da Pfizer, mas que pelas informações obtidas até agora não foi possível estabelecer qualquer relação entre o trágico ocorrido e a imunização do garoto.
Para os técnicos da Anvisa, o esquema vacinal entre os adolescentes segue o mesmo. A agência ressaltou ainda que a aplicação de imunizantes nesse público é um padrão em vários países cientificamente desenvolvidos, como Austrália, Canadá e EUA.
Mudança confusa e sem justificativa plausível
Uma nota informativa publicada mais cedo pelo Ministério da Saúde considerou que os adolescentes entre 12 e 17 anos que não tenham comorbidades não devem ser imunizados, sob a imprecisa e perigosa argumentação de que este grupo “apresenta menos propensão a ter complicações por causa da doença”. A reação dos setores ligados à área da saúde foi imediata, uma vez que tal fato não seria justificativa plausível para suspender a aplicação de doses nessa faixa etária.
Para a oposição, a decisão da pasta é uma manobra para que o número de doses aplicadas diminua, uma vez que Queiroga já havia feito críticas recentemente aos governadores que acusavam seu ministério de não repassar imunizantes suficientes, acarretando em falta do produto nas unidades de atendimento. Ele disse na última segunda-feira (13) que a escassez de vacinas era “narrativa”, dando como desculpa a aplicação nessa faixa etária, segundo ele fora do Plano Nacional de Imunização (PNI), para os casos em que as doses acabaram.