Nesta quarta-feira (15), pouco após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) abrir investigação para apurar quem foram os financiadores dos atos golpistas liderados pelo presidente Jair Bolsonaro no 7 de setembro, o Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou uma investigação com o mesmo objetivo.
A apuração sobre quem pagou pelos atos com bandeiras antidemocráticas foi incluída no inquérito que já tramita na Corte que investiga a organização de manifestações violentas e contra as instituições, como o próprio STF e o Congresso Nacional. O cantor Sérgio Reis e o caminhoneiro bolsonarista Zé Trovão são alguns dos alvos deste inquérito.
Durante os protestos, Jair Bolsonaro incitou uma ruptura institucional e chegou a afirmar que não respeitaria mais nenhuma decisão do ministro Alexandre de Moraes.
Tanto o TSE quanto o STF desconfiam que os atos tenham sido financiados com dinheiro público de políticos e também através de recursos de empresários, o que poderia configurar abuso de poder político, econômico e até mesmo campanha eleitoral antecipada.
Há várias denúncias de que empresas, especialmente aquelas ligadas ao agronegócio, teriam financiado excursões, além de terem dado compensações financeiras para que cidadãos comparecessem aos atos em Brasília e São Paulo.
Num vídeo que circulou nas redes sociais ainda no Dia da Independência, um grupo de trabalhadores aparece recebendo dinheiro de um homem vestido com uma camiseta das manifestações golpistas, dentro de um ônibus. Na gravação, eles dizem que quem pagou pela ida à capital paulista foi a empresa de equipamentos agrícolas Jacto, com sede no município de Pompeia (SP). A empresa, em nota oficial, negou ser responsável pela caravana e pelas notas de R$ 100 distribuídas aos participantes.