O marqueteiro Duda Mendonça faleceu, aos 77 anos, na manhã desta segunda-feira (16), vítima de câncer no cérebro. Ele estava internado no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo há dois meses.
Duda fez a campanha vitoriosa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002. Ele foi o responsável pela criação na ocasião do slogan "Lulinha, Paz e Amor".
Publicitário de origem, ele abriu em 1975, ainda em Salvador, a agência DM9, que pouco anos depois teria Nizan Guanaes, seu ex-estagiário, como sócio.
Duda estreou no marketing político em 1985, quando trabalhou na campanha que elegeu Mário Kertez prefeito de Salvador.
Sete anos depois, foi o marqueteiro de Paulo Maluf, que pela primeira vez se elegeria prefeito de São Paulo por via direta.
Em 1999, foi contratado para uma missão quase impossível. Tentar eleger o presidente argentino Carlos Menem, que enfrentava uma enorme crise de rejeição. A vitória veio e também o pedido que, na eleição seguinte, coordenasse a campanha de Eduardo Duhalde, sucessor à Casa Rosada.
Duda também foi personagem fundamental da CPI dos Correios, a do mensalão. Em, agosto de 2005, deu um depoimento explosivo aos senadores, admitindo que recebera pagamentos do PT numa conta no exterior, via caixa 2.
A partir dali, terminaria sua relação com o PT.
Em 2012, Duda Mendonça foi absolvido no Supremo Tribunal Federal das denúncias do Mensalão. O marqueteiro deixa 5 filhos, 2 enteados e esposa.
Repercussão
O ex-ministro da Casa-Civil José Dirceu (PT) comentou sobre a morte do marqueteiro:
“Um dia de tristeza e dor pela morte do meu amigo Duda Mendonca, sempre presente e solidário nos momentos mais duros e difíceis que passamos juntos. Publicitário genial, criativo, inovador, um dos maiores do nosso Brasil, responsável pela campanha na TV e rádio, que sabia fazer como ninguém, vitoriosa de Lula, em 2002, mas principalmente amigo e companheiro. Deixo aqui meu abraço de conforto a sua esposa Aline Lucas e demais filhos e filhas”.
O marqueteiro João Santana comentou sobre falecimento de Duda Mendonça:
“É uma perda irreparável. Duda foi um divisor de águas no marketing político brasileiro. Para nossa área, teve o mesmo significado de Boni para a TV brasileira: criador de estilo e renovador de linguagens. Todos nós devemos muito a ele.”
Com informações da coluna de Lauro Jardim