Um monumento em homenagem ao guerrilheiro Carlos Marighella (1911-1969), morto numa emboscada pelas forças de repressão da Ditadura Militar (1964-1985) sofreu vandalismo na madrugada desta sexta-feira (30), ficando quase totalmente coberto por tinta vermelha.
A lápide, que faz menção ao homem que chegou a ser considerado o inimigo n° 1 do violento e ilegítimo Regime Militar, fica na Alameda Casa Branca, próximo à Avenida Paulista, em São Paulo. Não há informação sobre a autoria do ato.
Não foi a primeira vez que o monumento em memória de Marighella sofreu ataques do tipo. Em 2014 a rocha recebeu pichações. Numa delas, um tridente foi desenhado na face frontal. Cinco anos depois, em 2019, o marco foi parcialmente pintado de verde e recebeu a inscrição CCC, numa referência ao extinto Comando de Caça aos Comunistas, organização terrorista de extrema direita que atuou ao lado dos militares da Ditadura.
Caso Borba Gato – No último sábado (24) a estátua do bandeirante Borba Gato, que fica em Santo Amaro, Zona Sul de São Paulo, foi incendiada por pessoas que se declararam membros de um grupo chamado Revolução Periférica. A ação foi gravada em vídeo e as imagens do ataque viralizaram no país, abrindo um amplo debate sobre a ação.
Dias após o ato, o líder da associação dos entregadores paulistas Paulo Galo, e sua esposa Géssica, foram presos em cumprimento de uma determinação judicial expedida pela magistrada substituta Gabriela Marques da Silva Bertoli. A defesa de Galo, que recebeu voz de prisão enquanto prestava depoimento voluntariamente no 11° DP da capital, classificou a decisão como absurda.
“O que sabemos de imediato é que os pedidos de prisão temporária são absolutamente sem sentido. Inclusive para uma mulher que sequer estava presente. Não estamos conseguindo entender a razão. Vamos ter acesso aos motivos ainda. Trata-se de uma prisão temporária de cinco dias, prorrogável por mais cinco. É prematuro falar sobre habeas corpus. O que posso é pedir uma medida de segurança. Não entendo uma pessoa que veio por livre vontade ser preso. O telefone utilizado pelo Paulo está em nome da Gessica. Só por essa razão, não tem ligação nenhuma fora o fato de ser esposa. É absolutamente irrazoável”, disseram os advogados.
Cabe agora esperar para saber se também haverá alguma reação da polícia e do Judiciário no caso registrado na madrugada fria de quinta-feira (29).