O perfil oficial da Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) prestou homenagem nesta quarta-feira (28) aos agricultores, até tudo bem, mas a homenagem é o problema.
Para ilustrar a arte em referência ao Dia do Agricultor, o governo federal não colocou os tais trabalhadores aos quais a homenagem se refere, mas sim um jagunço segurando uma pistola.
Ou seja, o governo oficializa a utilização de milícias campesinas por agricultores para "proteger" as suas terras.
Não à toa, a violência no campo aumentou com a chegada de Jair Bolsonaro (sem partido) ao Palácio no Planalto.
O deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ) criticou a arte e afirmou que se trata de "um retrato de um governo miliciano".
O lider do Movimento de Trabalhadores Sem Terra (MST), João Paulo Rodrigues também se mostrou indignado e afirmou que o trabalhador do campo "produz alimento e não violência".
Crimes no campo
De acordo com levantamento do Repórter Brasil, durante o primeiro ano do governo Bolsonaro foram registradas 31 vítimas da violência do campo.
Depois de um ano dessas mortes, ninguém foi julgado e apenas um crime foi considerado encerrado, o de um indígena no Amapá.
Além disso, outras 19 investigações (61%) não foram concluídas.
O levantamento também revela que a maioria dos casos envolve dispta por terra (39%) ou defesa de territórios indígenas (29%).
Por fim, a "homenagem" ao agricultor feita pelo governo Bolsonaro, na verdade é uma oficialização das milícias do campo que promovem terror e assassinatos.