Um pai de 25 anos, preso em Goiânia (GO), nesta segunda-feira (7), suspeito de torturar o filho de 8 anos, confessou o crime à Polícia Civil e afirmou, em depoimento, que sentia prazer em agredir a criança. O menino relatou que era vítima de choques, afogamentos e pisões no pescoço. Várias fotos mostram ferimentos no corpo da criança, principalmente na língua, costas e pontas dos dedos.
O agressor apresentou várias versões para a violência, entre elas, o fato de consumir bebida alcoólica e ficar agressivo.
“No decorrer do interrogatório, ele disse que sente uma raiva muito grande da família materna desta criança. Posteriormente, ele chegou a afirmar que, quando ele era criança, ele também sofria agressões físicas do seu genitor e ele se achava no direito por isso. Por fim, ele relatou que, na verdade, era porque ele sentia uma espécie de prazer quando praticava esses atos contra o seu filho”, disse o delegado Wesley da Silva.
No início da pandemia, em março de 2020, o pai pediu que o filho fosse passar uns dias na casa dele. Desde então, a criança estaria sendo torturada. A polícia informou ainda que a mãe biológica do menino o abandonou ainda recém-nascido. Ele, então, morava com a avó materna.
O sujeito sofreu um acidente de moto na semana passada e a criança precisou voltar para a casa da avó materna. Foi quando ela percebeu os diversos ferimentos e denunciou o caso à polícia.
O menino contou à polícia que o pai o agredia de diversas formas, entre elas fazendo o uso de choques elétricos.
“Inicialmente, a criança relatou que seu pai começou a agredi-la com um fio de energia. Com o tempo, ele começou a descascar esse fio, ligar na tomada e encostar no corpo da criança, causando queimaduras”, contou o delegado.
A criança tem marcas das agressões por todo corpo. As costas têm várias marcas das queimaduras causadas pelo choque. As unhas estão quebradas ou marcadas devido ao uso de alicates. O objeto também era usado para puxar a língua da criança.
O caso do menino, que voltou a morar com a avó materna, é acompanhado pelo Conselho Tutelar. A Polícia Civil vai apurar ainda se os outros dois filhos do suspeito preso e a companheira dele também são vítimas de violência.
“As investigações continuam para entender se essa companheira dele, que vivia no mesmo lar, que era maior de idade, se ela poderia agir para evitar esses crimes de tortura. Caso ela pudesse evitar, ela pode responder pelo crime de tortura e omissão, mas, ao que parece, ela também era uma vítima desse indivíduo”, completou o delegado.
O nome do agressor não foi divulgado pela polícia.
Com informações do G1