PT vai acionar a Justiça contra Amado Batista por ataque a Lula: "Cuidado com a língua, mentirosos"

Cantor bolsonarista disse que Lula é "ladrão" e, segundo ele, "diferente de Bolsonaro, que não rouba", sugerindo ainda que o filho do ex-presidente teria enriquecido ilicitamente

Amado Batista com Jair Bolsonaro (Foto: Alan Santos/PR))
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A assessoria da presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT), informou à reportagem da Fórum que o partido vai entrar com um processo na Justiça contra Amado Batista. O motivo é o fato de, em entrevista recente, o cantor bolsonarista ter chamado Lula de "ladrão" e sugerido que seu filho tivesse enriquecido de forma ilícita.

“Lula é um ladrão, só vota nele quem gosta de ladrão. Diferente de Bolsonaro, que não rouba", disse Batista à Rede Nordeste de Rádio na última semana. Ele ainda fez insinuações sobre o filho do ex-presidente, Fábio Luís Lula da Silva, conhecido como Lulinha, sem apresentar nenhuma prova. "Saiu do nada, hoje é milionário. Não estou exagerando, digo porque conheço seus negócios no agronegócio. Ande pelo Mato Grosso, como eu, e você comprovará", disparou.

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Segundo Gleisi Hoffmann, Amado Batista "terá de enfrentar a Justiça, assim como outros q mentiram sobre Lula e sua família". "Quem faz acusação falsa tem de ser responsabilizado pelo q diz, seja famoso ou não. A propósito, o STF acaba de divulgar o acórdão da suspeição de Moro. Cuidado com a língua, mentirosos", afirmou a parlamentar.

Acórdão do STF atesta suspeição de Moro

O Supremo Tribunal Federal (STF) publicou, nesta sexta-feira (4), o acórdão da decisão da Segunda Turma da Corte que reconheceu, a partir de uma petição dos advogados de Lula, a suspeição do ex-juiz Sergio Moro. Com isso, todas as decisões do ex-ministro de Jair Bolsonaro no caso do triplex do Guarujá foram anuladas.

A perseguição de Moro impediu o ex-presidente de disputar as eleições de 2018. Além disso, Lula passou 580 dias preso na sede da superintendência da Polícia Federal em Curitiba, de forma injusta e inconstitucional.

A decisão, de 411 páginas, aponta, a partir de habeas corpus (HC) apresentados pelos advogados Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Martins, no final de 2018, fatos incontestáveis que mostram que Moro não fez um julgamento justo de Lula.

Além de declarada a suspeição de Moro, todos os processos da Lava Jato envolvendo o ex-presidente que tramitaram na 13ª Vara Federal de Curitiba foram anulados, o que o fez retomar seus direitos políticos. Atualmente, Lula figura na liderança de todas as pesquisas eleitorais para a presidência em 2022.