Levantamento feito pela revista Veja revela um portfólio de propriedades associadas ao vereador Dr. Jairinho, acusado de matar o menino Henry, incompatível com o seu salário líquido, que gira em torno de R$ 14 mil.
De acordo com a publicação, ao levantar os registros de imóveis relacionado ao parlamentar se "deparou com um esquema de transações que sugere manobras de ocultação de patrimônio e lavagem de dinheiro".
Na última eleição, Jairinho declarou patrimônio de R$ 313 705, 42: apartamento pequeno na Barra da Tijuca (zona oeste da cidade do Rio), um carro, um consórcio de uma moto e parcos investimentos. Mas, de acordo com a revista, a "lista é falha".
Segundo a Veja, há 17 imóveis ligados ao vereador, entre eles "uma mansão em Mangaratiba, na Costa Verde do Rio, uma cobertura dúplex recém-vendida, uma sala comercial, um flat de frente para o mar e vário terrenos que somam, conservadoramente, R$ 8 milhões".
Outra questão levantada é que, em 2012 Jairinho detinha 95% do capital do negócio da empresa de compra e venda de imóveis Plus Consultoria e Participações. Mas, no ano seguinte a empresa mudou de mãos e passou a ser controlada pela irmã de Jairinho, Thalita Santos, e pelo ex-cunhado dele, Daniel de Carvalho.
Apesar de ser responsável por 95% do capital da empresa, a irmã de Jairinho, até hoje vive em condições econômicas restritas e mora na casa da família em Bangu. Em 2013, a irmã e o ex-cunhado, por meio de uma procuração, deram plenos direitos a Jairinho para "comprar, vender, ceder, hipotecar e permutar" imóveis da Plus.
À Veja, o advogado criminalista Augusto de Arruda Botelho afirmou que se trata "de uma prática clássica de se ocultar patrimônio da Justiça".
A Plus possui, hoje, um capital de R$ 1,2 milhão, tem ainda registrado em seu nome duas propriedades em Arraial do Cabo, na Região dos Lagos, um flat à beira-mar no Recreio dos Bandeirantes, terrenos em Guaratiba (Zona Oeste do Rio), o nos municípios de Itaboraí e Seropédica.
O apartamento em que Jairinho vivia com Monique, e onde Henry foi assassinado, está em nome de Claudio da Silva Castro, que afirmou à revista que não tem relação com o vereador.
Por fim, Jairinho, além de estar envolvido em uma rede de imóveis que não estão no papel, mas que comanda e "usufrui como se tivesse", o vereador é conhecido na Câmara dos Vereadores do RJ por gostar de luxo, de sempre pagar tudo com dinheiro e andar com maços de notas.
O vereador Jairinho e Monique Medeiros, com a conclusão do inquérito policial que investigava a morte do menino Henry, foram acusados de homicídio triplamente qualificado e tortura, e vão responder judicialmente.
Com informações da revista Veja