Gregório Duvivier: “Numa democracia sadia, não é pra você saber nome de general"

Em entrevista à Fórum, o ator também afirmou que todas as pautas da direita são contra as famílias e que a esquerda deveria explorar mais essa questão

Escrito en BRASIL el

Em entrevista ao Fórum Onze e Meia, o ator, roteirista e escritor Gregório Duvivier comentou sobre a dificuldade em produzir “humor empático” durante a pandemia e que o presidente Bolsonaro (sem partido), ao contrário do que deseja mostrar, é um “covarde, um falso valentão”. Além disso, afirmou que em uma democracia saudável “ninguém sabe nome de general”.

"O humor combina com o drama, mas com a tragédia não. O humor corre o risco de soar ultrajante para quem está no meio da pandemia, a dificuldade é fazer um humor empático ", analisou o ator.

Questionado se a atual conjuntura torna o presidente da República mais forte ou fraco politicamente, Duvivier afirmou que é "difícil não ver a sua fraqueza. Não sei se sou otimista, mas vejo que ele está muito desgastado".

Para o ator, o presidente "tinha um projeto intencional de fazer todo mundo pegar o vírus, que era o projeto do Osmar Terra, ele acreditava na imunidade de rebanho. Ele tentou, mas não achava que fosse durar um ano. Ele perdeu a aposta, ele está tentando mudar a narrativa, mas não é tão fácil, você já tem rupturas na narrativa bolsonarista, 'como assim, vai defender a vaChina?'".

"Ele também sentiu a volta do Lula. Ele é covarde, ele só age com medo, esse medo que ele tem do Lula, o enfraquece. A covardia dele é cada vez mais perceptível. Ele é um covarde, é um falso valentão", declarou Duvivier.

O comediante também comentou sobre a "relação promíscua" entre as Forças Armadas e o governo brasileiro. Para o ator, “numa democracia sadia, não é pra você saber nome de general, quando a gente já sabe o nome de general, é porque já estamos na merda".

Com o seu tom humorístico, o ator comentou que o governo Bolsonaro conseguiu algo que a esquerda nunca conseguiu: desmoralizar as Forças Armadas. Disse que os generais "são superestimados" e citou como exemplo a gestão desastrosa de Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde. "O cara não conhece o Brasil, a geografia, não sabe falar", disse.

Ao comentar sobre o caso do Dr. Jairiinho, que é acusado pela Polícia de ter matado o seu enteado, Henry Borel, Duvivier afirmou que o discurso em torno da “defesa da família tradicional é supremacista” E que “todas as pautas da direita são contra a família”.

"Essa é uma pauta que a esquerda precisa retomar. A família é uma pauta nossa; Bolsonaro quando deixa morrer 300 mil pessoas, ele está fazendo morrer 300 mil famílias, a Guerra às drogas, ela mata também as famílias. Todas as pautas de direita são contra a família. Quando ele corta o auxílio, ele está matando de fome a família. Então, a esquerda tinha que falar mais de família. O Bolsa Família é um bom exemplo disso", disse.

https://www.youtube.com/watch?v=HHWw4wQbCfY