MP denuncia também a mãe da madrasta por morte de menina de 6 anos que foi torturada

As três mulheres foram denunciadas por homicídio triplamente qualificado da menina Ketelen, que morreu após tortura física e psicológica por ter bebido leite sem autorização

Gilmara com a filha, Ketelen, e Brena (Montagem)
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Além da mãe, Gilmara Oliveira de Farias, e a madrasta, Brena Luane Barbosa Nunes, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) decidiu indiciar Rosangela Nunes, mãe de Brena, pelo assassinato de Ketelen Vitoria Oliveira da Rocha, de 6 anos, morta no último sábado (24) após ser submetida a uma sessão de tortura pela mãe e a madrasta no fim de semana anterior.

Rosangela, que foi quem chamou o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) para atender a menina após o espancamento, foi presa nesta quarta-feira (28). A mãe e a madrasta, que confessaram o crime, já cumpriam prisão preventiva. A família vivia junta há um ano na periferia de Porto Real, na Baixada Fluminense.

Segundo o jornal Extra, a denúcia diz que Gilmara e Brena torturaram Kelen com socos, chutes, arremesos contra a parede, pisões e golpes com chicote. A menina chegou a ser jogada de um barranco de 7 metros de altura e atirada em uma parede.

Para o MP, Rosangela foi cúmplice e contribuiu "eficazmente para o crime, já que se omitiu quando deveria agir contra as agressões".

As três mulheres foram enquadradas no crime de homicídio triplamente qualificado. Para os promotores, o assassinato foi cometido por motivo fútil, "pois as agressões foram iniciadas apenas porque Ketelen teria bebido leite sem autorização"; por meio de tortura, "uma vez que as denunciadas provocaram intenso sofrimento físico e psicológico à menor"; e mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima, "que no momento dos fatos encontrava-se subjugada pelo poder materno e trancada em um quarto".

Investigações
Segundo as investigações, Ketelen foi espancada por quatro vezes, entre o dias 16 e 18 de abril. Em uma das ocasiões, foi chicoteada com um cabo de TV e, após levar chutes na barriga, teve a cabeça batida contra uma parede até desmaiar.

A Policia Civil descobriu ainda que a criança começou a ser surrada após ter bebido de uma caixa de leite que acabou caindo no chão. Segundo Rosângela Nunes, mãe de Brena, que também vivia na casa, a menina tomou o leite porque estava “desesperada de fome”. No dia a dia, Katelen se alimentava apenas de café e farinha.

A primeira agressão sofrida pela menina aconteceu por volta das 19h, quando a madrasta a atirou de um barranco de 7 metros. Em depoimento, Brena alegou ter agido assim a mando de Gilmara. Quatro horas depois, Ketelen foi chicoteada com um fio de tv, pisoteada e jogada contra uma parede.

A menina foi levada para o Hospital Municipal São Francisco de Assis, na cidade de Porto Real, na Baixada Fluminense, apenas no dia 19. Ela morreu por uma parada cardiorrespiratória após apresentar complicações da sessão de tortura.