Tio e sobrinho são assassinados após furtarem carne em supermercado

Os dois jovens foram encontrados mortos na última segunda-feira; a Unegro Bahia condenou o episódio: "Mais duas vidas negras brutalmente ceifadas pela ganância capitalista"

Loja Atakarejo de Amaralina | Foto: Divulgação
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A Polícia Civil de Salvador encontrou na última segunda-feira (26) o corpo sem vida de dois jovens, de 29 e 19 anos, dentro um porta-malas com marcas de tortura e tiros. Investigações apontam que as vítimas tratam-se de um tio e um sobrinho que foram acusados de furtar alimentos no supermercado Atakadão Atakarejo, localizado no bairro de Amaralina, na capital baiana.

Segundo familiares das vítimas ouvidos pelo jornalista Bruno Wendel, do Correio da Bahia, os funcionários do Atakarejo entregaram os dois a traficantes locais após terem sido flagrados furtando carne na loja. O tio, Bruno Barros da Silva, era pai de uma menina de dois anos e morava na mesma casa que o sobrinho, Ian Barros da Silva.

Nesta quarta-feira (28), os deputados estaduais Jacó (PT) e Olívia Santana (PCdoB) pediram na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) que seja realizada uma investigação especial sobre o caso.

“Esses jovens foram recolhidos pela segurança do Atakarejo, que acionou a gerência da loja. O gerente da loja, ao invés de ligar para a Polícia, ligou para traficantes, para o poder paralelo. E apareceram 10 homens fortemente armados no Atakarejo de Amaralina, pegou os dois homens e, poucas horas depois, eles foram encontrados com cerca de 50 tiros de metralhadoras e pistolas. Tomaram facadas, tiveram o rosto deformados. Que estado é esse? Que democracia é essa?”, disse o deputado Jacó aos jornalistas Mari Leal e Lula Bonfim, do Bahia Notícias.

“Nós não podemos aceitar aqui na Bahia que donos do poder, dessas grandes redes de supermercado, se sintam acima da lei e tenham seu próprio tribunal da morte, de execução ao arrepio da lei. Nós vivemos em um estado democrático de direito”, completou.

A Unegro Bahia publicou nota condenando o episódio e exigindo justiça. "Mais um extermínio, mais duas vidas negras brutalmente ceifadas pela ganância capitalista. Tortura e crueldade desumana por um pedaço de carne. A rede de supermercado tem responsabilidade e exigimos que o crime bárbaro seja elucidado", afirmou.

"Isso é racismo, é violência racial que envolve possível aliança da direção da rede Atakadão Atakarejo com grupos criminosos de tráfico de drogas e milícia", acrescentam.

Com informações do Correio e do Bahia Notícias

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