Menina de 6 anos morre após ser torturada pela mãe e madrasta no RJ

Em decisão em que decretou a prisão preventiva das duas mulheres, o juiz relatou que Ketelen, de 6 anos, sofreu lesões por "socos e chutes", foi "arremessada contra a parede e contra um barranco de 7 metros de altura, e chicoteada com um cabo de TV", sendo submetida a "intenso sofrimento físico e psicológico"

Brena Luane, madrasta de Ketelen, que morreu no hospital de Porto Real após sessão de tortura (Montagem)
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Mais um caso revoltante de violência contra crianças no Rio de Janeiro levou à morte a menina Ketelen Vitória Oliveira da Rocha, de 6 anos, que morreu na madrugada deste sábado (3) por uma parada cardiorespiratória por complicações da sessão de tortura que foi submetida pela mãe, Gilmara Oliveira de Farias, de 27 anos, e madrasta, Brena Luane Barbosa Nunes, de 25 anos.

Ketelen foi levada para o Hospital Municipal São Francisco de Assis, na cidade de Porto Real, na Baixada Fluminense, na última segunda-feira (19), após ser espancada e submetida a sessões de tortura durante todo o final de semana na própria casa onde a família morava, no Jardim das Acácias.

"Ketelen era uma criança boa, respeitadora… Seis aninhos. Uma criança muito amável que me chamava de tia. Ela (Gilmara) só deixava a criança dentro do quarto. Ela e a Ketelen estavam aqui a passeio. Eu falei para ela não trazer porque a Brena não gosta de criança, nunca gostou", disse ao jornal Extra a mãe da madrasta, que acionou o Samu no fim da noite de domingo (18).

"Pensei que ela tivesse morrido, fiquei assustada. Ela estava com o olho meio aberto, parada, não respondia nada. Aí, insisti para chamar o socorro, mas minha filha disse que me mataria se eu falasse a verdade sobre o que aconteceu", disse a mulher, que relatou diversos casos de violência protagonizados pela filha.

Gilmara e Brena confessaram as agressões e foram presas em flagrante pelo crime de tortura na 100ª DP de Porto Real. Na quarta-feira (21), a Justiça decretou a prisão preventiva das duas.

Na decisão, o juiz Marco Aurélio da Silva Adania relata a gravidade das lesões provocadas por "socos e chutes por diversas vezes", além de a vítima ter sido "arremessada contra a parede e contra um barranco de 7 metros de altura, e de ser chicoteada com um cabo de TV", sendo submetida a "intenso sofrimento físico e psicológico".