O médico e deputado federal, Dr. Luizinho (PP-RJ), publicou um vídeo em suas redes sociais - que depois foi apagado -, onde convoca a classe médica a realizar uma greve geral na pior fase da pandemia. A motivação da convocatória é por conta de alguns Projetos de Lei que estão em discussão na Câmara dos Deputados e que permitiram a contratação de médicos, de maneira emergencial, estrangeiros e brasileiros com formação no exterior sem a necessidade do Revalida.
"No momento mais difícil da Covid-19 no nosso país e que diversos colegas médicos foram a óbito lutando contra a Covid-19 na linha de frente do trabalho… infelizmente a medicina brasileira sofre um grave ataque aqui na Câmara dos deputados", alerta o Dr. Luizinho, que foi cotado pelo presidente Bolsonaro para assumir o Ministério da Saúde no lugar do general Eduardo Pazuello.
"Novamente querem trazer pessoas formadas em medicina de qualquer maneira no exterior para trabalharem nesse momento da pandemia […] eu conclamo todos os médicos do Brasil para que a gente convoque uma greve geral se esse projeto for aprovado".
Neste momento há dois projetos de Lei que versam sobre a contratação emergencial de médicos para atuarem enquanto durar a pandemia. Um dos projetos é de autoria do deputado Aliel Machado (PSB-PR), que visa permitir a recontratação de maneira "excepcional" e sem processo seletivo de profissionais que atuaram no Programa Mais Médicos para atuarem na atenção primária no Sistema Único de Saúde (SUS).
O outro projeto é o PL 3252/2020, de autoria do deputado João Bacelar (Podemos-BA) e que, se aprovado, vai permitir a contratação de médicos brasileiros graduados em instituições estrangeiras mediante "revalidação temporária e emergencial dos diplomas".
A Associação de Médicos Brasileiros (AMB) se posicionou contra os dois projetos e afirmou que o problema do Brasil não é falta de médicos, mas sim a distribuição dos profissionais pelo Brasil.
O Conselho Federal de Medicina (CFM) repudiou o PL do deputado Bacelar e defendeu a realização do Revalida e diz que este exame garante "proteção à saúde e à vida da população".