Erico Grassi, irmão de Rodrigo Pilha, que foi preso na semana passada após estender uma faixa com críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), declarou em entrevista ao Fórum Onze e Meia, desta segunda-feira (22), que o seu irmão está bem, mas chamou a atenção para o fato de que a prisão de Pilha é para servir de ameaça aos ativistas de esquerda.
"Ele está bem, está isolado em uma cela do prédio novo Papuda por conta do coronavírus. Ontem (21) ele jogou futebol e eu passei todas as mensagens de apoio", disse Grassi.
Em razão de uma condenação anterior por desacato – crime que não prevê prisão -, ele foi transferido na última sexta-feira (19) para o Complexo Penitenciário da Papuda
Grassi comentou sobre o pedido de habeas corpus que foi negado neste domingo (21) e que para a defesa "teve pouco fundamento", porém, consideraram como um fato positivo a manifestação do Ministério Público para que Rodrigo Pilha cumpra a pena em casa.
Ao ser questionado de que maneira as pessoas podem ajudar Rodrigo Pilha, Grassi comentou que é importante "manter e ampliar a nossa vigília, continuar a mobilizar a nossa militância. Essa prisão do Pilha é um recado para a militância, eles querem calar a militância. Quem está preso não é um CPF, é um ativista".
Rodrigo Pilha e mais cinco militantes do Partido dos Trabalhadores (PT) foram presos na última sexta-feira (19) depois que estenderam uma faixa na Praça dos Três Poderes, em Brasília, onde o presidente era classificado como “genocida”. Todos foram enquadrados na Lei de Segurança Nacional (LSN), legislação oriunda do regime militar e que não está contemplada na Constituição de 1988.
Estado autoritário
O senador Rogério Carvalho (PT-SP), que também participou da edição desta segunda-feira (22) do Fórum Onze e Meia, declarou que o PT deve entrar nessa semana com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a suspensão imediata da Lei de Segurança Nacional (LSN).
"Nós temos um entulho ideológico e ilegal que precisa ser eliminado no Brasil. O PT deve pedir a suspensão da LSN, ela não está abrangida em nosso ordenamento jurídico, a gente precisa pressionar que o STF aja de imediato", disse o senador.
"O Pilha é vítima de um Estado autoritário que nós estamos vivendo há um tempo, o Estado brasileiro caminha para ser um Estado de exceção", criticou o senador.