Bolsonaro genocida: Após prisões, militantes realizam novo ato na Esplanada

A deputada federal Fernanda Melchionna declarou que a manifestação foi um ato “de solidariedade aos companheiros presos ontem” e que o presidente “seguirá sendo chamado pelo que ele é: genocida e bandido”

Foto: Gabriel Galli
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Parlamentares e militantes ocuparam na manhã desta sexta-feira (19) a Esplanada dos Ministérios para protestar contra a prisão dos cinco militantes do Partido dos Trabalhadores, que ocorreu na manhã de ontem (18) depois que eles estenderam uma frase de crítica ao presidente Bolsonaro. Os detidos foram enquadrados na Lei de Segurança Nacional, legislação da Ditadura Civil e Militar que antecede a Constituição de 1988.

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À Fórum, a deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS) declarou que o objetivo do ato era mostrar que os militantes da esquerda não irão se intimidar. “nós não aceitamos a perseguição política, ideológica e tentativa de censura que a extrema direita tenta impor no Brasil. Bolsonaro é um genocida”, disse Melchionna.

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A parlamentar também afirmou que a manifestação ocorrida na manhã “era também de mostrar solidariedade aos companheiros que foram presos ontem e ao mesmo tempo dizer que não vão nos calar e que seguiremos chamando o Bolsonaro pelo nome que ele merece: que é genocida”.

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Além da deputada Fernanda Melchionna, também marcaram presença no ato o deputado distrital Fabio Felix (PSOL) e a também deputada federal Vivi Reis (PSOL-PA).

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Após a realização do ato, a deputada Fernanda Melchionna conversou com a Fórum sobre o ato e atual situação política do Brasil.

Revista Fórum – Qual era o objetivo do ato?

Fernanda Melchionna - O objetivo do ato era mostrar que não vão nos intimidar, nós não aceitamos a perseguição política, ideológica e tentativa de censura que a extrema direita tenta impor no Brasil. Bolsonaro é um genocida, um criminoso, um bandido que infelizmente segue governando e levando o nosso país para um abismo. É pior tragédia humanitária que o país já viveu. O objetivo do ato era também de mostrar solidariedade aos companheiros que foram presos ontem e ao mesmo tempo dizer que não vão nos calar e que seguiremos chamando o Bolsonaro pelo nome que ele merece: que é genocida.

Revista Fórum - Como você observa o atual uso da Lei de Segurança Nacional?

Fernanda Melchionna - A Lei de Segurança Nacional é um entulho autoritário na legislação brasileira e a utilização dela na prisão dos jovens que faziam protesto ontem é escandalosa, uma tentativa clara de tentar cercear as liberdades democráticas, de censura as manifestações diante de um governo que boicota vacina, que boicota as medidas sanitárias e que infelizmente é responsável diretamente por 287 mil mortes. O Brasil bate recorde de mortes e não tem os insumos necessários e vacinas em doses necessárias para conter essa escalada de mortes. Nós estamos vivendo um colapso no sistema de saúde com vários estados que não tem leito de UTI, pessoas morrendo sem leito de UTI e inclusiva na iminência da falta do 'kit entubação'. A situação é grave e, na medida em que o Bolsonaro perde apoio social, muita gente acredita na vacina, quer se vacinar, ele está com a reprovação altíssima, a aprovação dele está caindo, as pessoas estão vendo que essa política é da morte e também os impactos da crise econômica que se aprofundou com a agenda liberal do Bolsonaro: é o quinto aumento dos combustíveis, 80% de aumento no arroz e agora ele reduziu o auxílio emergencial e reduziu o número de pessoas que vão poder acessar o auxílio. E ele acabou com o auxílio em janeiro e colocou só para abril. E, na medida em que o governo perde apoio, organiza e estimula manifestações autoritárias como nós vimos no final de semana de novo, com a sua base pequena e radicalizada que quer o cerceamento das liberdades democráticas.

Foto: Gabriel Galli

Revista Fórum - Podemos considerar um retrocesso, visto que se trata de uma legislação que antecede a Constituição de 88?

Fernanda Melchionna - Sem dúvidas estamos diante de uma tentativa de retrocesso das liberdades democráticas que foram conquistadas na Constituição de 88. Nada foi dado, as liberdades democráticas foram frutos de uma luta e mobilização contra Ditadura civil e militar que culminou em um processo político que gerou a Constituição de 88. A gente sabe que a democracia no Brasil nunca foi plena, sempre foi uma democracia tutelada pelos interesses dos grandes, mas nós não aceitaremos retrocesso nas liberdades democráticas conquistadas em 1988 e ao mesmo tempo seguimos lutando por mais democracia. Agora, nós não temos dúvida que, enquanto Bolsonaro seguir governando, além de seguir essa política obscurantista que nos leva a tantas mortes, além disso ele vai seguir tentando fechar o regime político de dentro do próprio sistema político. Ele não conseguiu fazer isso porque não estão com essa força toda. A derrota eleitoral de 2020 dos candidatos bolsonaristas e o aumento da reprovação são a expressão da dificuldade de que o Bolsonaro tem de levar a cabo esse plano imediatamente. Agora, cada passo que eles derem, cada fechamento das liberdades democráticas que eles forem avançando é um perigo para nós e não podemos deixar. Nós precisamos derrotar historicamente a extrema direita e é por isso que em 2021 nós estamos no centro da luta pela vacina, do auxilio emergencial de R$ 600, denunciando esse governo genocida e criminoso, mas a luta pelo 'Fora, Bolsonaro' segue viva