Dois eventos online da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) realizados através da plataforma Zoom foram invadidos por hackers bolsonaristas nesta semana. As invasões aconteceram na quinta e nesta sexta-feira (5).
Na quinta, a Fiocruz realizava um debate sobre a vacina contra a Covid-19 quando o estúdio online foi invadido. Os criminosos xingaram os participantes e escreveram na tela a mensagem "Bolsonaro 2022".
Já nesta sexta-feira, em um debate online sobre saúde e migração, que era aberto ao público, os invasores voltaram a desferir xingamentos contra os participantes, mandaram eles se calarem e ainda colocaram o desenho de uma suástica nazista na tela.
"Uma das pessoas que fez o ataque de ontem (quinta-feira) também estava hoje (sexta-feira) e usava o nome de Gabriel Monteiro. Mas a gente foi olhar a lista de inscrição e é um e-mail que parece não ser real. É um ataque à ciência, um ataque às instituições, neste caso a Fiocruz, que representa a ciência e que representa talvez movimentos mais ligados à esquerda", disse à Rádio CBN a epidemiologista Julia Pescarini, organizadora do debate de sexta-feira.
A Fiocruz agora estuda ir à polícia para denunciar as invasões.
Hacker dá dicas para o Ministério da Saúde
O portal do Ministério da Saúde foi mais uma vez alvo de um ataque virtual na semana passada. Não houve vazamento de informações ou danos ao sistema, mas o hacker deu uma bronca no presidente Jair Bolsonaro por falhas na segurança do site.
“Este site está um lixo!”, afirma a mensagem, escrita em letras maiúsculas. O texto ficou visível na sexta-feira (29), no FormSUS, um serviço do DataSUS para a criação de formulários.
“Qualquer criança consegue invadir este excremento digital, causar lentidão e até estragos maiores”, continuou o invasor, que deu dicas ao governo de como melhorar a segurança do site.
Em seguida, o hacker deu uma bronca do presidente: “Favor levar a sério os assuntos de segurança da informação. Bolsonaro !, dá um jeito aí !”, finalizou.
Não é a primeira vez que o portal do Ministério da Saúde é invadido. Em novembro do ano passado, o site passou por um ataque no mesmo período em que outros órgãos públicos foram alvo, como o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Além disso, em novembro e dezembro, um falha de segurança no sistema de notificações de Covid-19 do Ministério da Saúde expôs na internet, por pelo menos seis meses, dados pessoais de mais de 200 milhões de brasileiros.
*Com informações da Rádio CBN