Depois do megavazamento de dados de 223 milhões de CPFs de brasileiros, descoberto há cerca de três semanas, mais um crime do tipo foi revelado nesta quarta-feira (10). Desta vez, são os dados de mais de 100 milhões de contas de celulares do país.
O novo vazamento foi descoberto pela empresa de segurança digital PSafe, a mesma que havia identificado o crime anterior. Segundo reportagem do site especializado Neofeed, que revelou o ocorrido em primeira mão, estão disponíveis na dark web informações sensíveis inclusive do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
A Fórum entrou em contato com a PSafe, que ficou de enviar mais informações sobre o novo episódio. A reportagem será atualizada assim que elas forem disponibilizadas.
Entre as informações que estão expostas, há tempo de duração das ligações, número de celular e dados pessoais. A princípio, o vazamento seria da base de duas operadoras de telefonia.
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A equipe da PSafe, de acordo com a reportagem do Neofeed, descobriu o vazamento na semana passada. Dados foram batidos com a base do outro vazamento, de CPFs, e foi possível constatar que eles eram reais.
Em contato com o cibercriminoso que está vendendo os arquivos, ele teria dito que obteve informações da base de Vivo e Claro. Mas a PSafe não teve como confirmar se essa informação é verdadeira. O contato foi feito para tentar descobrir mais informações sobre o arquivo.
No caso do presidente, há detalhes como valor da conta, volume de minutos gastos por dia, o número do celular, filiação, data de nascimento, CPF. Também foram oferecidas informações sobre contas dos apresentadores da TV Globo Fátima Bernardes e William Bonner.
A PSafe diz que enviará um relatório completo do caso, com todas as descobertas que fez, à Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD).
O primeiro megavazamento
A PSafe descobriu que os dados dos brasileiros tinham sido vazados por meio de um monitoramento constante que faz na deep web. E essa ação proativa é feita exatamente para identificar vazamentos de dados, segundo a empresa.
Além dos CPFs de 223 milhões de brasileiros, a empresa identificou estavam expostas informações de 104 milhões de veículos, contendo número de chassi, placa do veículo, município, cor, marca, modelo, ano de fabricação, cilindradas e até mesmo o tipo de combustível utilizado. E, ainda, os dados de 40 milhões de empresas, contendo CNPJ, razão social, nome fantasia e data de fundação.