É inequívoco que Lula lidera com ampla vantagem a corrida ao Palácio do Planalto de 2022. Não importa em qual levantamento, de institutos aos quais se atribuem as mais divergentes posições ideológicas, o ex-presidente petista aparece com grande margem de vantagem à frente de Jair Bolsonaro. E não são poucos esses institutos.
Em pelo menos cinco deles, que realizaram pesquisas de opinião com eleitores de todo o país no último mês, o percentual de Lula na dianteira é expressivo, embora possa variar. No levantamento do PoderData, o ex-presidente aparece com 40%, contra 30% do atual mandatário, enquanto no Sensus Lula surge com 50,6% e Bolsonaro com 28,7%.
Já na pesquisa Ipesp o líder sindicalista marca 44% da preferência do eleitorado, frente a 24% do capitão da reserva do Exército, dados semelhantes ao Ipec (fundado por ex-executivos do Ibope), que mostra Lula com 48% das intenções de voto e Jair Bolsonaro com 21%. Por último e mais recentemente, o Datafolha confirma a tendência e mostra que o candidato de esquerda está com 48% da preferência entre os brasileiros, contra 22% do candidato de extrema direita que disputará a reeleição.
Pelos dados acima parece óbvio que Lula mantém uma margem segura de distância de seu principal concorrente, mas onde estariam os principais grupos e segmentos sociais que dão um lastro eleitoral tão confortável ao ex-presidente progressista?
Antes de falar de qualquer grupo, é necessário registrar que as mulheres, no geral, formam um dos principais setores de apoio a Lula. Segundo o PodeData, 44% de todas elas preferem o petista e apenas 24% assumem dar seu voto a Bolsonaro, uma imensidão em termos numéricos se lembrarmos que mais da metade dos eleitores aptos a votar no Brasil são do sexo feminino.
No caso do Datafolha, a informação essencial revelada pela pesquisa é a de que os brasileiros com menor renda, até dois salários mínimo, formam um cinturão de proteção eleitoral em torno de Lula, já que 56% deles pretendem votar no ex-presidente, enquanto apenas 16% escolhem Bolsonaro como candidato, uma gritante diferença de 40%.
Se o recorte for feito no aspecto geográfico, o petista tem uma imensidão de vantagem sobre o extremista de direita no Nordeste, região muito populosa que, segundo o Ipec, oferta 63% das intenções de voto ao antigo mandatário. A mesma pesquisa retrata um apoio de 55% dos eleitores que vivem nas periferias das metrópoles e grandes centros urbanos do país a Lula, outra massa de dezenas de milhões de brasileiros que tende a elegê-lo.
Além disso, um dado sobre a percepção política dos eleitores dá uma noção de como a imensa maioria deles orienta seu voto e acaba decidindo por Lula. Para 58% do total dos entrevistados, Lula é o nome mais indicado para acabar com a fome no Brasil, ao passo que apenas 19% pensam o mesmo sobre Bolsonaro. Para 65% é o petista que mais zela pelos interesses dos pobres, enquanto 17% acreditam que o líder ultrarreacionário é quem faz isso.
Por fim, mais da metade dos eleitores brasileiros (51%) acredita que Lula é o candidato que acabará ou diminuirá com o desemprego, número muito maior do que os 19% que pensam ser Bolsonaro o homem ideal para fazê-lo, embora até agora, no poder, não tenha feito.