Um vídeo divulgado nas redes sociais nesta quarta-feira (22) no qual um jovem de 18 anos aparece sendo arrastado na lama por uma corda amarrada a seu pescoço chocou o Brasil. As cenas foram gravadas numa fazenda do município de Alto Paraíso de Goiás (GO), que é de propriedade do prefeito da cidade, Marcus Rinco (DEM).
O vídeo mostra um grupo de homens em um local ermo, aparentemente uma estrada de terra cheia de lama, e já começa com o jovem sem roupa sendo puxado brutalmente por uma espécie de cadarço amarrado a seu pescoço. Os trancos fazem o adolescente cair no chão e se debater, o que não é suficiente para que o agressor cesse a covardia. Os demais participantes da brutalidade apenas riem.
Segundo informações preliminares da vítima e da Polícia Civil de Goiás, na fazendo havia acontecido durante toda a noite anterior uma cavalgada, evento muito típico nas áreas rurais do Brasil. A organização da festa, conforme o dono da fazenda, foi realizada por uma empresa terceirizada, que alugou o lugar. Rinco divulgou um vídeo nas redes sociais informando que não tinha qualquer relação com a cavalgada e que havia segurança privada e pública na festa.
"Infelizmente aconteceram essas cenas. Mas os cuidados todos foram tomados. Durante o evento teve presença constante de segurança privada, a presença esporádica da PM, constante de ambulâncias aqui do Hospital Municipal para qualquer eventualidade. Então todos os cuidados foram tomados. Infelizmente aconteceram essas cenas bárbaras, eu concordo com isso, mas quero deixar bem claro que não tem nada a ver com a nossa empresa ou nossa fazenda. Foram coisas que ocorreram em um evento terceirizado. Esses indivíduos responsáveis já estão respondendo por isso porque a Polícia Civil já está tomando as devidas providências", afirmou o chefe do Executivo de Alto Paraíso de Goiás.
A empresa responsável pela cavalgada, a HC Festas e Eventos, também recorreu às redes sociais para se justificar e negou qualquer relação das cenas com o encontro realizado pela firma.
“O vídeo que circula nas redes sociais aconteceu após o encerramento do evento. O Samu e a Polícia Militar foram acionados também por nós, prestando apoio à vítima. Os responsáveis pelo local e os responsáveis pela organização não têm vínculo com o ocorrido”, explica a HC numa nota divulgada.
Versões apresentadas nas redes sociais por moradores da cidade informaram que o rapaz, muito ferido, teria procurado o Hospital Municipal Gumercindo Barbosa para ser atendido, momentos depois das agressões, muito sujo e exausto, mas que os funcionários da unidade não teriam o atendido por não ter documento de identificação. A administração do hospital e a Prefeitura negaram veementemente a informação e explicaram que o jovem chegou ao Gumercindo Barbosa numa ambulância do Samu e que teria sido imediatamente atendido, mas que contrariando as orientações de médicos e enfermeiros, evadiu-se do local sem ser visto.
A Polícia Civil de Goiás informou que um inquérito já foi aberto para investigar o ato bárbaro e que os responsáveis estão sendo identificados. Ninguém foi preso até o momento.