O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu 48 horas para que o governo de Jair Bolsonaro se manifeste sobre a inclusão de crianças de 5 a 11 anos no Plano Nacional de Imunização (PNI), contra a Covid-19, conforme orientação do corpo técnico da Anvisa.
Quem entrou com a ação no Supremo solicitando uma resposta célere do Ministério da Saúde foi o Partido dos Trabalhadores (PT), que cobrou atuação do tribunal para que Marcelo Queiroga, chefe da pasta, tome uma posição sobre o tema. É notório que o governo liderado por Bolsonaro é contrário a medidas relacionas à vacinação contra o Sars-Cov-2 e, se nenhum prazo for estipulado, a tendência é que as autoridades protelem uma decisão.
A determinação vem após o presidente extremista estimular uma caçada aos servidores do órgão sanitário que decidiram favoravelmente à inclusão dessa faixa etária nos grupos de vacinação. Durante sua habitual live de quinta-feira, Bolsonaro disse que era preciso identificar esses funcionários públicos e insinuou uma clara intimidação contra eles, instigando seu eleitorado radical a persegui-los.
"A Anvisa não está subordinada a mim, não interfiro lá. Eu pedi, extraoficialmente, o nome das pessoas que aprovaram a vacina para crianças a partir de 5 anos. Nós queremos divulgar o nome dessas pessoas para que todo mundo tome conhecimento de quem são essas pessoas e, obviamente, formem o seu juízo”, disse o presidente.
"Não sei se são diretores e o presidente que chegaram a essa conclusão ou o tal do corpo técnico. Mas seja qual for, você tem direito a saber o nome das pessoas que aprovaram a vacina a partir de 5 anos para seu filho. E você decida se essa vacina se compensa ou não”, declarou ainda o chefe de Estado de extrema direita.