O cantor e compositor baiano Gilberto Gil, que atualmente está em turnê na Europa, deu entrevista ao portal francês Francesinfo Culture e comentou a situação política do Brasil governado por Jair Bolsonaro, além de outros assuntos, como a devastadora pandemia da Covid-19, que só no país deixou mais de 607 mil mortos.
“Raiva pessoal, eu não sentia. Porque eu não esperava mais nada deles. Eu já sabia que eles eram loucos. Não sentem um interesse profundo pela Nação, pela sociedade … É difícil, faltam-me as palavras”, falou o ícone da música brasileira referindo-se ao clã Bolsonaro, quando perguntado pelo jornalista se sentia raiva pessoalmente do mandatário radical.
Gil aproveitou para explicar que, em sua visão, esse fenômeno político traduzido numa onda reacionária de extrema direita não ocorre só no Brasil, haja visto a eleição de outros líderes com perfil semelhante mundo afora.
“Não diz respeito apenas ao Brasil. Ver esse tipo de direita louca no poder, que promove a ideia de violência e conflito, é um problema geral e recente que o planeta está passando", opinou.
Quando perguntado sobre os rumos dados à pandemia pelo governo negacionista de Jair Bolsonaro, o autor de “Andar com fé” contou que sofreu com a doença e ficou ansioso esperando uma resposta da ciência, mas que os problemas foram se estendendo até tornarem-se parte do cotidiano.
“Eu estava acompanhando de perto a evolução da situação, do lado da ciência, da medicina, da pesquisa… Fui paciente, esperei, esperei. Depois, foi algo da ordem de se acostumar com essa situação, com as dificuldades do dia a dia”, concluiu.